Gestores das DRE’s/Seduc-MT pressionam educadores nas paralisações sindicais

Profissionais da Educação denunciaram durante a mobilização em defesa e promoção da educação pública (26 de abril), em Cuiabá, a pressão e o assédio moral utilizados no governo Mauro Mendes, via Diretorias Regionais de Ensino (DRE’s) e direção escolar, para inviabilizar a paralisação de um dia. Durante o ato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso foram lidas mensagens intimidatórias, repassadas pelas DRE’s. 

O presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), em Mirassol d’Oeste, Carlos Roberto Nunes da Cruz, manifestou a indignação como os profissionais da educação, atualmente ocupando função no governo, que pressionaram os gestores de escolas para impedir que os professores participassem da paralisação. “Um dia antes da mobilização estavam exigindo data de reposição. A manifestação da DRE foi devido a surpresa pelo grande número de escolas paralisadas,” relatou.

No pronunciamento o dirigente municipal destacou a forma assediadora das mensagens. Em uma das mensagens a DRE chama de fracos os diretores que não conseguiram impedir a paralisação na unidade profissionais paralisassem. Nas conversas na rede social, fazem descaso pela luta sindical, que cobra valorização salarial, respeito à carreira e cumprimento dos direitos. 

Outro grupo de professores relatou que na unidade em que atuam a diretora tentou criar um fato na data da mobilização para forçar os profissionais a não participar do ato. “Demos um voleio para conseguir estarmos aqui.”, disse a professora, que classifica a direção da escola como subserviente à Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT).

Não foi diferente em vários municípios do estado, em que os gestores escolares intensificaram o número de tarefas, cursos e formações para a data, a fim de inviabilizar a ausência do profissional no dia do ato. 

Para os educadores, muitos dos profissionais que ocupam os chamados cargos de confiança (DRE’s) têm agido como os históricos ‘capitães do mato’ , que usavam o poder dado pelo ‘senhorio’, para dominar os pares. Hoje, segundo os manifestantes, a violência é psicológica, não mais com os chicotes. Citando Paulo Freire lembraram que, quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.

Para o presidente do Sintep-MT é contraditório que os profissionais que ocupam funções nas DRE’s ou direção de escolas, tenham uma conduta pouco louvável com os colegas professores e funcionários, ao impedir que participem de mobilizações. “Muitos deles vivenciaram os benefícios das lutas e conhecem as conquistas da carreira”, destacou com foco de que a luta ainda vale a pena.