Futuro da Educação não está na agenda nacional

As análises de conjuntura da abertura do XVIII Congresso Estadual do Sintep-MT, ontem (07/09), no Hotel Fazenda Mato Grosso (Homat) reuniu o professor doutor, Marcio Pochmann (Universidade de Campinas – Unicamp) e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira. Ambos destacaram a importância de um projeto político que pense o futuro da educação a partir de planejamento na agenda nacional e estadual.

O professor doutor Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia da Unicamp apresentou no debate os caminhos para um futuro real, assunto que se encontra praticamente cancelado na agenda nacional.

Segundo o professor, não têm sido profícuas as discussões a respeito dos caminhos que o Brasil pode escolher para os próximos anos. “A questão é estratégica, pois estamos vivendo uma mudança de época excepcional que coloca questões como deslocamento do centro dinâmico do mundo do ocidente para o oriente, questões climáticas, a era digital e a digitalização da sociedade, da economia, que exige um repensar profundo nas formas de ensinar e aprender”, destacou.

O professor elucidou questões que atravessam de forma silenciosa a realidade brasileira e não estão nos debates sobre políticas educacionais. “A educação vive hoje uma mudança épica excepcional no que diz respeito à era digital”, afirmou. Para o pesquisador, para se pensar na educação do futuro, é primordial repensar o futuro da educação brasileira.

Márcio Pochmann destacou ainda a mudança de foco sobre questões ambientais e climáticas. “Se quisermos ter um planeta sustentável é fundamental trazer a temática para o ensino aprendizagem. A natureza não é infinita”, disse.

Na abordagem do presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, ganhou destaque as políticas econômicas nacionais e os impactos nas políticas de educação e valorização profissional. Conforme Valdeir, na concepção do trabalhador da educação, o futuro é hoje. O papel da educação para esses trabalhadores exige uma transformação necessária, no contexto em que estão inseridos. “Não temos como pensar no futuro se não pensarmos na questão econômica”, afirmou.

Para Valdeir, os modelos de educação impostos pelos governos, sob o argumento de uma suposta inovação e modernização, são contextos que passam por redução de salários e de direitos de Educação para a classe trabalhadora. “Pensar na educação do futuro é garantir a inclusão e a dignidade desses educadores e consequentemente dos estudantes. Para isso, é necessário respeitar a democracia”, concluiu.

Veja as fotos do XVIII Congresso Estadual do Sintep-MT na página do Facebook

>> Fotos do dia 07 de setembro

>> Veja tudo o que rolou no XVIII Congresso Estadual do Sintep-MT no Youtube