Escolas militares não conseguem nenhuma nota mil na redação do Enem


Modelo dos sonhos de Bolsonaro é superado por escolas públicas e privadas

Publicado: 23/01/2024 16:04 | Última modificação: 23/01/2024 16:04

Escrito por: YURI FERREIRA

Dênio Simões/Agência Brasília
Escolas cívico-militares não alcançam públicas federais e estaduais na nota do Enem

O ENEM 2023 bateu o recorde de notas mil nas redações segundo os dados divulgados pelo INEP. Foram 60 textos que alcançaram a pontuação máxima estimada pela prova mais importante para ingresso no ensino superior do país.

A maioria das notas ficou concentrada em escolas privadas, que dominaram os resultados com 56 notas mil. É verdade, também, que a maioria das máximas ficou concentrada nas regiões Norte e Nordeste.

Mas e as quatro escolas públicas que conseguiram formar alunos nota mil? Vejamos: uma nota veio da Escola Estadual Marcondes de Souza, em Muqui, no Sul do Espírito Santo, Outra veio do Instituto Federal do Rio Grande do Norte. Outra veio do Colégio Estadual Padre Sebastião da Silva Pereira, de Valença, na Região Sul Fluminense do Rio de Janeiro, Outra veio de Tocantins, mas não do Colégio Militar do Estado do Tocantins.

Nenhum dos alunos vieram das escolas militares, tidas por Bolsonaro como o modelo de educação para o Brasil. Alguns estados decidiram manter o modelo de educação mesmo após o governo federal indicar que não investiria mais no tema.
A verdade é que o modelo de escolas militares não é o mais apropriado para a educação brasileira, como afirmam praticamente todas as entidades educacionais sérias no país.

De acordo com dados do Sinpro-DF, os colégios militares de Bolsonaro custam três vezes mais por aluno do que as redes estaduais normais. Os institutos federais, notoriamente mais capazes de aprovar alunos em provas como o Enem e a Fuvest, são mais baratos, por exemplo, do que as escolas dos fardados.