Encontro de Coletivos da CNTE começa debatendo os rumos da educação pública


Cerca de 500 educadores de todo o Brasil se reúnem durante dois dias de evento

Publicado: 17/07/2025 15:43 | Última modificação: 17/07/2025 15:43

Escrito por: CNTE | Editado por: CNTE

Agência JCMazella

Recife (PE) – Teve início na manhã desta quinta-feira, 17 de julho, na terra de Paulo Freire, o Encontro de Coletivos da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). 

O evento reúne cerca de 500 pessoas, representantes de todos os coletivos da entidade nacional, e tem como objetivo debater os rumos da educação pública no Brasil e os desafios enfrentados pela categoria.

A abertura foi conduzida pela secretária-geral da CNTE, Fátima Silva, que destacou a importância simbólica de realizar o encontro em Recife, cidade natal de Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira. Em sua saudação inicial, Fátima expressou a alegria de estar em um território de resistência e luta por uma educação libertadora.

“Estamos iniciando nosso encontro de todos os coletivos temáticos da CNTE, são doze temas trabalhados nacionalmente em cada um deles. A nossa expectativa é de reafirmar as políticas em defesa da educação pública, da democracia e da soberania em todos os sindicatos da educação. Além da expectativa de fortalecimento da educação em dois dias de análise, de reflexão e acima de tudo de encaminhamentos para o conjunto dos nossos sindicatos e da CNTE na defesa e promoção da educação pública do Brasil”, explicou Fátima. 

Representando entidades sindicais de Pernambuco, Ivete Caetano (Sintepe), Séphora Freitas (Sinproja) e Flávia Verçoza (Simpere) também deram as boas-vindas às delegações presentes, ressaltando a importância da mobilização conjunta em defesa dos direitos da categoria e do fortalecimento da escola pública. Ivete Caetano fez um paralelo entre a relevância histórica de Pernambuco e a atual luta do Brasil por uma nação com educação de qualidade, democracia e soberania popular.

Painel: Análise de Conjuntura Nacional e Internacional


A programação do dia seguiu com a Análise de Conjuntura Nacional e Internacional, ministrada por Sônia Alesso, presidenta da Internacional da Educação para a América Latina (IEAL). A dirigente traçou um panorama político, econômico e social que impacta diretamente o cenário educacional nos países latino-americanos, com destaque para os ataques à democracia e à soberania popular na região.

“Vivemos um momento grave na América Latina. Em vários países, governos autoritários estão promovendo cortes na educação pública, atacando sindicatos e criminalizando lideranças populares. O caso da Argentina é emblemático: a perseguição política contra Cristina Kirchner, com a cassação de seus direitos políticos, é um ataque direto à democracia. Não podemos aceitar o avanço da extrema-direita que busca calar vozes progressistas e desmantelar o Estado. É hora de unidade, resistência e luta por uma América Latina soberana, democrática e com educação pública de qualidade. Por isso, dizemos em alto e bom som: Cristina Livre!”

Sônia encerrou sua fala puxando um coro de “Cristina Livre”, em alusão à perseguição política promovida pelo governo de extrema-direita de Javier Milei, na Argentina, que retirou os direitos políticos da ex-presidenta Cristina Kirchner.

Na sequência, Fátima Aparecida comunicou a ausência do senador Humberto Costa (PT-PE), que não pôde comparecer ao evento. Com isso, ficou acordado que os três parlamentares presentes fariam a análise de conjuntura política nacional.

A primeira a se pronunciar foi a deputada estadual Bia de Lima (PT-GO), que ressaltou a necessidade de união para garantir a reeleição do presidente Lula em 2026:

“Devemos reeleger o presidente Lula em 2026 e eleger um Congresso comprometido com o povo, alinhado com o governo e com pautas sociais importantes, como o fim da escala 6x1, a taxação das grandes fortunas e a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. 2026 é Lula outra vez!”, defendeu.

Em seguida, o deputado estadual Henrique Lopes (PT-MT) falou sobre os desafios enfrentados no Mato Grosso e destacou o papel negativo do Congresso Nacional na obstrução de pautas fundamentais para uma reforma tributária justa e o avanço de políticas públicas voltadas aos que mais precisam.

Por fim, o deputado estadual Professor Lemos (PT-PR) abordou as dificuldades enfrentadas em regiões mais conservadoras do país:

“Lugares como o Sul têm sido palco de violência política. Tivemos companheiros assassinados, como o tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, morto no dia do seu aniversário por defender Lula. Mesmo diante de ameaças e riscos, nós resistimos e nos somamos à força do Nordeste. E colocamos Lula de volta na presidência”, declarou.

Após as análises dos parlamentares, o microfone foi aberto para que os participantes pudessem fazer colocações e considerações sobre o cenário político nacional e os desafios enfrentados pela educação pública no Brasil.