Em represália por Paralisação e Assembleia Geral governo manda descontar de trabalhadores


O Sintep-MT reúne documentos enviadas às escolas e boletins de ocorrência para encaminhamentos Jurídicos

Publicado: 14/08/2024 17:50 | Última modificação: 14/08/2024 17:50

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Edevaldo José

Os trabalhadores da educação da rede estadual de Mato Grosso que participaram de uma paralisação na Assembleia Geral, em 12 de agosto, estão enfrentando o abuso de autoridade da Secretaria de Estado de Educação, que ameaça o corte de ponto. A convocação da atividade sindical feita pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) foi comunicada ao governo desde maio de 2024.

Após a realização da atividade, as Diretorias Regionais de Ensino de Mato Grosso (DRE) promovem uma onda de comunicados às escolas, os quais determinam que os diretores de unidades lancem falta injustificada aos trabalhadores da Educação.

A prática é considerada arbitrária e vai ser contestada pelo Sintep-MT judicialmente. A entidade pede que os profissionais reúnam documentos, como comunicações enviadas às escolas e boletins de ocorrência feitos pelos professores sobre as cobranças das DRE, para medidas legais.

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Mensagens enviadas pelas DRE's para as escolas cobrando identificação dos profissionais para intimidar com corte de pontos

Segundo o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, a atividade sindical é um direito constitucional garantido pelo artigo 8º da Constituição Federal. “É absurdo que o governo considere falta injustificada a ausência de profissionais que estão lutando por direitos trabalhistas e melhores condições de trabalho. A medida além de absurda prejudica os estudantes que ficarão sem reposição, já que o governo vai cortar o salário, não terão porque repor as aulas”, ressalta.

Para o dirigente, é ainda mais grave a tentativa de intimidação promovida pelo órgão de educação, que está criando insegurança nas escolas. “Isso não é função da educação. Essa situação evidencia que um engenheiro civil e um empresário da mineração não estão qualificados para lidar com a Educação Pública e muito menos com o debate democrático. É contraditório o que vem acontecendo em Mato Grosso que cresce e a Educação empobrece. A insatisfação dos profissionais deveria ser vista por um estadista de práticas republicanas, como uma oportunidade para a negociação”, afirma Valdeir Pereira.

O Sintep-MT orienta os profissionais a registrarem boletins de ocorrência contra o secretário de Estado de Educação e contra o servidor da DRE que solicitou a identificação dos trabalhadores que participaram da paralisação. É essencial reunir o maior número possível de documentos para as providências. A documentação deve ser enviada para o e-mail da Secretaria Geral do Sintep-MT, sintep@terra.com.br.