Educadores relatam que Seduc-MT nega afastamento para realização de mestrado e doutorado
O Estado tem negado a liberação aos trabalhadores efetivos para que se qualifiquem em nível de mestrado e doutorado em instituições públicas como UNEMAT e UFMT
Publicado: 28/07/2022 16:47 | Última modificação: 28/07/2022 16:47
Escrito por: assessoria/Sintep-MT

Professora da educação básica da rede estadual de Mato Grosso há 19 anos e concursada há sete anos na área de matemática, Elaine Vaz, foi aprovada para o mestrado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) -Programa de Pós-graduação de Ciências e Matemática PPGECM - em março deste ano.
Para dar procedimento ao processo, que sempre foi um sonho da profissional, foi encaminhado à Secretaria de Estado de Educação toda a documentação necessária para a solicitação a licença integral para qualificação profissional.
Em maio deste ano o processo foi deferido, mas, infelizmente, a secretaria de administração não concedeu a liberação para o mestrado, alegando que apenas 20 vagas haviam sido liberadas para a qualificação de mestrado e doutorado, sendo que 147 profissionais da educação foram deferidos.
A profissional relata que fazer o mestrado seria uma forma de melhorar a qualificação para o ensino público. “Acredito que professores qualificados podem melhorar a efetivação da aprendizagem e como consequência o aumento do indicador de qualidade. A área de matemática ainda é o grande gargalo do aprendizado e isso me impulsionou a voltar a estudar e buscar o mestrado. No entanto, falta o reconhecimento e o incentivo do estado para buscar uma melhor qualidade de ensino,” relatou a profissional.
O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) reafirma a necessidade de o estado garantir licença qualificação para os trabalhadores professores fazerem mestrado e doutorado.

O secretário de Administração Sindical e conselheiro representante do Sintep-MT na câmara de Educação Básica do Conselho Estadual de Educação (CEE), Dirceu Blanski, explicou que esse comportamento do governo em negar a licença para qualificação aos trabalhadores efetivos para qualificação de mestrado e doutorado, em instituições públicas como a UNEMAT e UFMT traz consequências sérias para a qualidade do ensino público estadual.
“Isso é falta de política séria para a formação de profissionais. O governo não tem uma política de formação de professores para ampliar o nível educacional do próprio sistema. Quando a Seduc-MT não libera as referidas licenças aos educadores nos programas de mestrado e doutorado, consequentemente nega a formação desses profissionais da educação,” relatou Blanski.
O dirigente ainda lembrou que a qualificação em nível de mestrado e ou doutorado está previsto na Lei de Carreira (050/98) que garante aos profissionais fazer a formação continuada e o estado precisa garantir essa licença. “O governo tem negado esse direito sem justificativa, sequer aponta os motivos da negação para essa importante formação,” finalizou Dirceu.