Educadores denunciam ônibus escolar precário e negação de direitos em Ribeirão Cascalheira


A reunião na escola contou com a presença massiva da comunidade. “Nós ficamos felizes em saber que durante as falas, muitos pais de estudantes demonstraram apoio incisivo sobre nossas pautas", disse a presidente da Subsede, Ana Lúcia Antônia da Silva.

Publicado: 27/04/2022 12:03 | Última modificação: 27/04/2022 12:03

Escrito por: Andressa Boa Sorte/Sintep-MT

Sintep-MT/Subsede Ribeirão Cascalheira

Os trabalhadores da rede pública de ensino no município de Ribeirão Cascalheira (a 890 Km de Cuiabá), estiveram reunidos com a comunidade escolar (professores, técnicos, apoios, estudantes e pais de estudantes), na noite desta terça-feira (26) no pátio da Escola Antonieta Melges Camargo, para debater os inúmeros problemas que atingem o ensino público na região. Entre deles, as condições precárias dos ônibus que fazem o transporte dos alunos. Segundo a presidente da subsede do Sintep no município, Ana Lúcia Antônia da Silva, os veículos estão em estado preocupante.

“É direito do estudante ter um transporte escolar de qualidade; mas nesse caso, o agravante vai muito além de questão de conforto. Sabemos que um veículo em condições ruins são um risco iminente de acidentes, por isso, na nossa pauta de reivindicações está a renovação ou a manutenção adequada desses ônibus”, disse. “Já houve vezes em que estudantes ficaram cerca de uma semana sem ir à escola porque o ônibus que faz o transporte estava quebrado. É um prejuízo inestimável para o processo de ensino-aprendizagem”, frisou a presidente do Sintep no município.

Outro ponto debatido e apresentado durante a reunião, foi a questão do reajuste salarial da categoria, para equiparação da remuneração inicial da carreira ao Piso Nacional. Para isso, a prefeitura precisa implementar o reajuste já definido pelo governo, de 33,24%. “Até o momento não tivemos esse, que é um direito constitucional, de termos nossa remuneração reajustada e não é por falta de disponibilidade de recursos. Já protocolamos ofício junto ao executivo, mas não tivemos nenhum avanço nessa questão”, criticou a sindicalista.

Sintep-MT/Subsede Ribeirão Cascalheira

A reunião na escola contou com a presença massiva da comunidade. “Nós ficamos felizes em saber que durante as falas, muitos pais de estudantes demonstraram apoio incisivo sobre nossas pautas. Agora, falta a prefeita Luzia Brandão nos ouvir e cumprir com a legislação, tanto no que diz respeito ao reajuste salarial, quanto à promoção de condições dignas para a estrutura escolar como um todo, o que inclui um transporte de qualidade”, destacou Ana. 

Temas como a eleição direta para gestores (diretores e coordenadores escolares) e a realização de Concurso Público urgente também integraram a pauta dos trabalhadores. “Para se ter uma ideia, aqui no município, apenas nove professores são concursados, os demais, são todos contratados. O concurso é uma forma de assegurar direitos e por isso defendemos que seja feito um novo certame para preencher essa demanda. Isso sem contar os cargos dentro das diversas secretarias”, disse.

Durante a reunião, os trabalhadores se articularam para defender os direitos da categoria. "Nós sempre buscamos o caminho do diálogo, porém, infelizmente não temos sido atendidos em nossas reivindicações, que são todas legítimas. Inicialmente, a prefeita Luzia fez a proposta de reajustar apenas 10% dos salários e, após isso, concordou em conceder os 33,24%, porém, excluindo os funcionários de escola, o que nós não podemos aceitar, já que somos uma categoria de educadores e composta por professores, técnicos e apoios”, finalizou.

Na quinta-feira (28), a prefeitura convocou uma audiência onde irá tratar sobre a questão do reajuste junto à categoria e comunidade escolar em geral.