Educadores da rede municipal fazem manifestação na presença do governador sobre calote do PSPN


Descompromisso da administração municipal com a valorização profissional provoca mobilização durante evento de aniversário da cidade.

Publicado: 20/03/2023 18:37 | Última modificação: 20/03/2023 18:37

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep/Vila Bela Santíssima Trindade
Manifestação dos professores por recomposição do Piso Salarial

A subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, em Vila Bela da Santíssima Trindade (540 km oeste de Cuiabá) paralisou as atividades na rede municipal nesta segunda-feira (20/03) para uma aula de cidadania ao prefeito, durante as festividades de comemoração de aniversário do município, 19 de março. Os profissionais cobram a recomposição do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) estagnado dentro da política da educação na rede municipal. 

A mobilização, apesar de cerceada pela prefeitura por meio de áudios do prefeito em redes sociais e até por orientativo cobrando a permanência nas escolas municipais de 30% do efetivo, não surtiu efeito. Em decisão colegiada, os profissionais reafirmaram a participação no ato para cobrar celeridade nos estudos sobre viabilidade da recomposição salarial. 

Sintep/Vila Bela
Profissionais da rede municipal carregam cartazes e faixas cobrando prefeito do compromisso com a educação e com os profissionais

De forma pacífica, os profissionais estiveram no espaço de eventos da Câmara Municipal, onde o executivo e legislativo receberam o governador do estado para as celebrações, com cartazes e faixas cobrando o cumprimento do Piso Salarial Profissional. 
Conforme a presidente da subsede do Sintep/Vila Bela da Santíssima Trindade, Ana Cristina Freires, a perda salarial chega a quase 40% apenas para o cumprimento do valor proporcional à jornada de 30 horas. Se a referência for a Lei 11.738/2008, com cumprimento do PSPN para até 40 horas, o achatamento é superior a 50%. 

Segundo Ana Cristina, os trabalhos da Comissão não avançam, pois os prazos para o envio dos documentos pela Prefeitura estão extrapolados. “O contador da prefeitura se nega a esclarecer sobre a aplicação dos recursos da Educação. Outros  problemas também endossam a paralisação como transportes escolar, problemas de infraestrutura, o que gera angústia de todos e todas”, denuncia. 

A paralisação desta segunda-feira (20/03) foi uma cobrança da categoria que não aceita mais esperar as perdas aumentarem. “A prefeitura apresentou uma justificativa absurda para o não cumprimento do piso com base no limite prudencial do município. Mas não dá transparência ao orçamento e as despesas. Sabemos que com o novo Fundeb Mato Grosso receberá mais de mil reais por aluno (base de cálculo da valorização salarial) em 2023. E que existem outras formas de os municípios acessarem mais recursos do Fundeb para cumprimento de salários. Não aceitaremos falácias, exigimos constatação. Seguimos firmes na luta”, concluiu a dirigente