EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO: DADOS DO INEP ESCANCARAM O FRACASSO DA GESTÃO MAURO MENDES


O legado do governo Mauro Mendes para a Educação Pública

Publicado: 10/04/2025 18:22 | Última modificação: 10/04/2025 18:22

Escrito por: Blog do Popô

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(Blog do Popô) Nos últimos dois mandatos, o governador Mauro Mendes vem vendendo a imagem de uma gestão eficiente, moderna e fiscalmente responsável. Mas basta olhar os dados da educação básica de Mato Grosso para perceber que a propaganda não resiste à realidade. Segundo os indicadores mais recentes divulgados pelo INEP, o estado ocupa posições vergonhosas no ranking nacional em praticamente todos os quesitos avaliados. No Centro-Oeste, está isolado na lanterna da educação pública.
Enquanto estados vizinhos avançam em tempo integral, inclusão e valorização dos professores, Mato Grosso se arrasta, fecha escolas e mantém crianças fora da sala de aula por tempo integral.

CRECHES E PRÉ-ESCOLA: UM DESERTO DE OPORTUNIDADES

A cobertura de tempo integral em creches é um desastre: apenas 37,3% dos alunos têm acesso a esse direito fundamental. O estado ocupa a 17ª posição no país e perde feio para todos os vizinhos. O Distrito Federal tem 72% das crianças matriculadas em tempo integral. Goiás (67,5%) e Mato Grosso do Sul (63,3%) também dão um banho em Mato Grosso.
Na pré-escola, o cenário é ainda mais dramático: apenas 4,1% das crianças estudam em tempo integral. Isso coloca Mato Grosso na 23ª posição, atrás até mesmo da média nacional, que já é baixa (15,8%).

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: O ALUNO FORA DA ESCOLA O DIA TODO

Quando se olha para o Ensino Fundamental na rede pública, a situação é chocante. Só 7,9% dos alunos estão em tempo integral, o que empurra Mato Grosso para a 24ª colocação nacional. A média do Brasil é de 19,1%. No Ensino Médio, o vexame continua: 9,7% dos estudantes têm acesso à jornada estendida, o que mantém o estado na 23ª posição. Enquanto isso, Tocantins mostra que é possível fazer diferente: tem 28,1% dos alunos do Ensino Médio em tempo integral.

INCLUSÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: ESQUECIDOS PELO SISTEMA

Na inclusão de alunos com deficiência, o estado também vai mal: está entre os piores no Ensino Infantil (25ª posição) e Fundamental (21ª). No Ensino Médio, a posição melhora um pouco (16ª), mas continua longe do ideal.
Já na Educação Profissional, que deveria preparar jovens para o mercado de trabalho, apenas 7,4% dos alunos estão matriculados – 22ª colocação nacional.

PROFESSORES: BASE FRÁGIL DE UMA EDUCAÇÃO ABANDONADA

Outro retrato alarmante está na contratação de professores. Na rede estadual, 75% dos docentes são temporários, e apenas 25% são concursados – o que empurra Mato Grosso para a 25ª posição entre os estados. Na rede municipal, a situação melhora um pouco (50,7% concursados), mas ainda está longe do ideal.

FECHAMENTO DE ESCOLAS: O “LEGADO” DO GOVERNADOR

Em vez de expandir o acesso, Mauro Mendes ficou conhecido por fechar escolas no interior, em comunidades indígenas, rurais e de periferia. Cortou vagas, reduziu turnos, enxugou estruturas. Vendeu isso como “eficiência”, mas o resultado está aí: um estado rico, com uma das piores políticas educacionais do país.

QUEM PAGA ESSA CONTA?

O maior fracasso da gestão Mauro Mendes não é financeiro. É social. É humano. São gerações de crianças e adolescentes sendo empurradas para a exclusão, sem oportunidade de aprender, se desenvolver e sonhar com um futuro melhor.
Os números não mentem. Mato Grosso está entre os piores do Brasil em praticamente todos os indicadores educacionais. E isso não é acaso. É resultado direto de uma política que despreza a educação como prioridade.
Enquanto o governador celebra superávits e obras de concreto, o que falta é investimento real nas pessoas – começando pelas crianças.