Dia do Professor exige o reconhecimento para além de uma data no calendário

Para o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) entidade nascida em 1965, os avanços na valorização profissional sempre caminharam na velocidade das políticas públicas de educação, ou seja, a passos curtos e com muitos momentos de estagnação. A valorização dos/as Educadores/as está diretamente conectada com o respeito dos governos à Educação.

Mato Grosso é um dos estados brasileiros que mais avançou nas políticas públicas de educação, graças a força dessa categoria, que sempre se manteve atuante na defesa da profissão e do respeito profissional, proporcionando conquistas na carreira e para a qualidade da educação e sempre com muitas lutas.

Apesar de todas as conquistas, os governos, que comemoram e enaltecem no calendário a data, do Dia do Professor/a são os que descontroem a imagem do profissional. Já as Educadoras e os Educadores correm atrás e buscam formas diversificadas para atender aos estudantes, fortalecem o aprendizado pessoal, e aprendem a atuar com as novas tecnologias digitais na busca incessantes do processo de ensino e aprendizagem e muitas vezes se reinventando.

Essa força do professor é renovada ano após ano e é preciso!

Mato Grosso vivencia, hoje, realidades diversas de retrocessos. Nas redes municipais, passados 13 anos (2008) da implementação do Piso Salarial Profissional Nacional, a maior parte dos professores ainda não recebem os conquistados R$ 2.888,24 valor estabelecido pelo Ministério da Educação para 2020.

Na rede estadual de Mato Grosso o governo Mauro Mendes se vangloria de pagar o melhor piso salarial profissional do país, apesar de nunca ter pagado a RGA e as parcelas da LC 510/2013, contudo os profissionais sofrem com o arrocho salarial praticado por Mauro Mendes. Isso porque a desconstrução das políticas de valorização tem sido recorrente e intensificadas na atual gestão. Os professores perderam a Lei 510/2013 que faria a correção histórica no achatamento salarial e asseguraria a dobra do poder de compra dos salários, que durante anos foram defasados por políticas de precarização salarial, agora retomada pelo governo Mauro Mendes.

Tanto a rede estadual como muitas das redes municipais estão sendo penalizadas sem sequer haver a correção da inflação, a chamada RGA, normatização Constitucional que tem sido vilipendiada pelos governos federal e intensificadas no estado de Mato Grosso. A proposta de valorização dos educadores na atual gestão estadual é baseada no mérito, no individualismo, como se a conquista na educação pública ou do profissional fosse um feito apenas do desempenho pessoal. Há ausência total de políticas educacional que possam superar a defasagem na aprendizagem e garanta apermanência do estudante nas unidades escolares.

Cada um e cada uma que atua como educador conhece os desafios que é trabalhar na Educação. Assim como sabem as alegrias e frustrações de se manterem na carreira e fazer desse desejo pessoal, uma conquista coletiva, ao ver alguém lendo ou, pela primeira vez, um estudante exercendo sua cidadania, ao escrever seu nome num papel.

É com esse desejo de esperançar, como dizia o Educador Paulo Freire, que nos felicitamos com a data e desejamos a todos a coragem para enfrentar e nos mantermos firmes na luta por nossa valorização, educação pública, democrática, gratuita, laica e referenciada socialmente. Isso por meio do Sindicato forte que se faz com participação, unidade, resistência e luta para conquistar e defender direitos, hoje e sempre!

Parabéns professor/a    

Confira o vídeo em homenagem a todos os/as Professores/as de luta