Deputados tentam reeleição mesmo votando contra os direitos dos trabalhadores
A escolha de um parlamentar estabelece qual projeto de país se quer para a Saúde, Educação, Assistência Social e Segurança
Publicado: 30/09/2022 15:22 | Última modificação: 30/09/2022 15:22
Escrito por: Roseli Riechelmann

Dia 2 de outubro de 2022 os brasileiros e mato-grossenses voltam às urnas para escolher também os deputados estaduais. No estado, as 24 vagas terão na disputa pelas cadeiras do legislativo boa parte daqueles que já estiveram sentados nela e pouco fizeram pelos trabalhadores. A reeleição de parlamentares contrários aos direitos da população é vista pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) como, no mínimo, contraditória.
Cerca de 1/3 dos parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso são figuras recorrentes no legislativo estadual, com mais de um mandato. Apesar de se posicionarem contra os direitos dos trabalhadores, direitos sociais à Saúde, Educação, Assistência Social e Segurança, são sempre os que recebem a maioria dos votos da população.
Para o secretário de Finanças do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Orlando Francisco, não está na cultura da população acompanhar a tramitação das leis e, muito menos o papel desempenhado por aquelas pessoas eleitas para representarem o povo.
“A maioria na sociedade é avessa à participação política, soma-se a isso o fato de que não é dado à população condições para participar e acompanhar decisões (audiências públicas e outras ações) desses, que são candidatos à reeleição. O voto nas urnas, apesar de ser uma ferramenta poderosa sobre a própria condição social, é visto como uma obrigação e não um direito. Após votar, a população delega, de olhos fechados, o poder aos eleitos”, esclarece Orlando.
Como exemplo, o dirigente relembra o papel dos parlamentares de Mato Grosso em duas votações que promoveram o empobrecimento dos trabalhadores do executivo estadual e que impactam na vida de todos, como é o caso do calote na Revisão Geral Anual e a reforma da Previdência de Mato Grosso. “As duas medidas retiram dinheiro do comércio, empobreceram as famílias e impactaram na motivação dos profissionais”, acredita Orlando.
Na Reforma da Previdência estadual foram favoráveis ao aumento de alíquota, confisco de aposentadorias e ampliação do tempo de contribuição os deputados: Eduardo Botelho (DEM); Carlos Avalone (PSDB); Dilmar Dal Bosco (União Brasil); Xuxu Dal Molin (PSC); Dr. Gimenez (PSD);Nininho (PSD);Pedro Satélite (PSD); Romoaldo Júnior (MDB); Sílvio Fávero (PSL); Ulysses Moraes (PSL); Wilson Santos (PSD); Delegado Claudinei (PSL); João Batista (Pros); Faissal (PV); Dr. Eugênio (PSB);Valmir Moretto (Republicanos).
Não foi muito diferente na decisão sobre o não pagamento da RGA. Votaram contra os trabalhadores: Nininho (PSD); Xuxu Dalmolin (União Brasil); Gilberto Catani (PL); Dr. Gimenez (PSD); Romoaldo Jr (MDB); Dilmar Dal Bosco (União Brasil); Valmir Moretto (Republicanos); Max Russi (PSB); Wilson Santos (PSD); Carlos Avalone (PSDB); Dr. Eugênio (PSB).
Para Orlando Francisco, diante do poder que simboliza o voto do eleitor é fundamental que antes de decidir quem escolher para compor o legislativo ou executivo é preciso conhecer a plataforma do candidato e se avaliar a história política de cada um, ver o que ele pensa e, tendo passado na política, quais foram as decisões que tomou sobre direitos sociais e coletivos.
Câmara Federal e Senado Federal podem ser analisados pelo site do Diap. Confira na ferramenta “Quem foi Quem”, criada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), mostra a atuação de cada um dos parlamentares durante o mandato. Basta acessar o site do Diap, digitar o nome do parlamentar, clicar se é deputado ou senador, o estado de origem e clique em filtrar.