Deputado Henrique Lopes propõe convocar governo para esclarecer denúncias em consignados
Dirigente do Sintep-MT e atual deputado estadual, colocou o mandato a disposição da educação pública e dos educadores, dando voz aos desafios apresentados para a categoria
Publicado: 16/05/2025 18:53 | Última modificação: 16/05/2025 18:53
Escrito por: Roseli Riechelmann

O deputado afirmou que os profissionais da educação estão entre os que recebem os menores salários do Executivo estadual, o que os leva a recorrer frequentemente aos empréstimos consignados como forma de garantir sua sobrevivência.
“O atual governo adotou a política de jogar o servidor no poço e depois jogar a corda para tentar salvá-lo. E essa corda são os consignados. É com muita indignação que acompanhamos isso. Queremos que os fatos sejam apurados pelas vias legais. O Sintep-MT engrossa a fileira junto à Federação”, afirmou.
Sobre a importância de seu mandato para a área da educação, o deputado disse querer ser a voz dos trabalhadores da educação, que hoje, segundo ele, têm medo de se manifestar devido à “pedagogia do medo” imposta pelo governo, por meio das Diretorias Regionais de Ensino. “É uma prática que remete ao passado, com as delegacias de ensino”, criticou.
Como proposta de mandato, Henrique se comprometeu a dar voz aos profissionais da educação diante da perda do poder de compra, do empobrecimento da categoria e do desrespeito institucionalizado à profissão. Ele destacou ainda a necessidade de restabelecer o diálogo entre governo e trabalhadores e de debater a Gestão Democrática, cuja ausência tem contribuído para o adoecimento da categoria. “Precisamos recuperar a autonomia pedagógica dos educadores e a autonomia de cátedra dos professores”, defendeu.
Henrique citou ainda práticas que considera graves à autonomia docente, como a manipulação de dados oficiais para “maquiar” os índices de avaliação educacional, como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
O deputado também se posicionou contra a municipalização de escolas, alegando que a medida tem sobrecarregado os municípios e eliminado postos de trabalho, como o dos pedagogos da rede estadual. Na oportunidade reforçou sua oposição ao “vergonhoso” confisco de aposentadorias e pensões.
Por fim, ao ser questionado sobre as Escolas Cívico-Militares, Henrique Lopes reafirmou o posicionamento do movimento sindical, contrário ao modelo. “Não acredito que trazer militares para dentro da escola vá melhorar a educação. O imaginário de quem defende as escolas cívico-militares está associado à segurança, o que é um engodo. Os policiais nas escolas não resolverão o problema da insegurança social. Não existe escola violenta numa sociedade segura”, concluiu.