CUT-MT realiza Plebiscito cobrando do Congresso Nacional respeito aos trabalhadores


Ato na Praça Ipiranga, em Cuiabá, faz a defesa pela redução da jornada 6 x 1 e pela taxação dos super-ricos e isenção de IR até R$ 5 mil

Publicado: 11/07/2025 18:53 | Última modificação: 11/07/2025 18:53

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Edevaldo José

As manifestações do Plebiscito Popular contra o "tarifaço do Trump", também chamado de “Tarifa Bolsonaro”, pelo fim da escola 6 x 1 sem redução de salário, pela taxação dos super-ricos e isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, teve ato ontem, 10 de julho, em Cuiabá, iniciado as 17 horas, na Praça Ipiranga. Convocada pela CUT-MT, a mobilização reuniu representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), movimentos sociais, representantes de partidos políticos, estudantes e defensores das pautas.

O pipoqueiro Arivaldo Silva de Souza acompanhou a mobilização e apoiou as reivindicações. Para ele, a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil aliviaria os custos das famílias com aluguel, água, luz, transporte e alimentação. Com a redução da jornada de trabalho, ele acredita que os trabalhadores teriam mais tempo para descansar e conviver com a família.

Sintep/ Edevaldo José
Fim da escala 6 x1 para que os trabalhadores tenham mais tempo para descansar e conviver com a família

A manifestação também evidenciou o descontentamento com o Congresso Nacional diante do desalinhamento com as necessidades da população. O historiador e professor Efraim Cucco participou do ato e destacou a importância do plebiscito por ampliar o debate. “É um debate sério, que envolve toda a classe trabalhadora, em todas as regiões do Brasil. Seja CLT ou não, muita gente precisa entender esse processo”, afirmou.

O estudante de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Davi Machel, também participou. Para ele, a luta é especialmente importante para os jovens. “Essa luta é mais nossa (estudantes) do que dos que já estão trabalhando. Eu não quero chegar aos 50 anos só trabalhando, sem tempo para a família e os amigos”, disse.

De modo geral, a proposta de redução da jornada de trabalho é vista como benéfica à sociedade, pois ampliaria as vagas de emprego. Não com demissões, mas porque as empresas teriam de contratar mais, diferente do que se anuncia. Esse é mais um desafio para a classe trabalhadora, entre os historicamente enfrentados para conquistar direitos como: o 13º salário, licença-maternidade e férias. Sempre resistindo aos que não querem abrir mão do lucro.

Sintep/ Edevaldo José
Dirigente sindical César Guedes defende taxação dos super-ricos, pelo fim da concentração de renda

O professor e dirigente do Sintep-MT, César Augusto Guedes, destacou que a mobilização tem como objetivo desvelar as injustiças históricas no Brasil. “Precisamos evidenciar que poucos têm muito dinheiro, enquanto a maioria não tem nada”, destacou, ressaltando que são justamente os mais pobres que estão pagando a conta. 

O médico e professor da UFMT, Wanderlei Pignati, militante histórico na defesa do meio ambiente, também apoiou o plebiscito. Ele criticou o Congresso por favorecer os mais ricos e ampliar a concentração de renda, destacando os interesses do agronegócio, mineração e hidrelétricas. “Todos em torno da destruição da natureza e da concentração de renda”, afirmou.

A representante do Movimento de Mulheres Negras de Mato Grosso, Glória Maria Munhoz, considerou o Plebiscito Popular uma resposta urgente das organizações sociais e movimentos populares. “Basta de exploração! Basta só o povo pagar imposto! Basta as mulheres, especialmente as negras, receberem os menores salários e pagarem mais impostos nos alimentos, transporte, roupas e educação dos filhos. Esse movimento é para dizer que temos direito ao bem viver. Queremos mais impostos para os mais ricos, que ganham acima de R$ 50 mil, e zero imposto para quem ganha até R$ 5 mil”, disse.

"O Plebiscito Popular é um momento importante pra gente ouvir a população. A CUT-MT está indo para as ruas, porque é ali que o povo está. É muito importante a manifestação da sociedade e por isso o plebiscito estará em pontos de encontro dos trabalhadores e das trabalhadoras. É na rua, na feira, nas escolas, nas igrejas, que a gente escuta de verdade. É uma chance de mostrar que o povo quer justiça, quer dignidade e quer um país mais justo”, conclui Henrique Lopes, presidente da CUT-MT.

A votação do Plebiscito Popular vai até setembro e vem ganhando apoio na sociedade civil e nas redes sociais. Para outras informações consulte a página do  Plebiscito Popular no instagram e no site