Conselho de Representantes foca em eleições participativas e resistência ao retrocesso educacional


Encontro reuniu profissionais da educação de 80 municípios e debateu desafios e lutas da categoria.

Publicado: 25/05/2025 16:06 | Última modificação: 25/05/2025 16:06

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Lina Obaid

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) encerrou, neste sábado (25), as atividades do Conselho de Representantes da entidade, realizado nos dias 24 e 25 de maio, com a participação de 80 municípios. Entre os principais temas debatidos, foi destaque a organização do processo eleitoral da entidade, previsto para o mês de junho. O objetivo central é garantir ampla participação dos filiados no pleito, assegurando um processo democrático, representativo e sem transtornos.

Este foi o último Conselho de Representantes da atual gestão. Contudo, conforme o presidente Valdeir Pereira, “as demandas não cessam”. Durante os trabalhos de grupos, os relatos evidenciaram diversas ações consideradas nocivas à Educação Pública. Entre elas, o Programa de Recomposição de Aprendizagem (PRA) para o Ensino Médio, ainda não implementado, mas já alvo de graves denúncias. “O Sintep-MT continuará denunciando essa prática ilegal, assim como vem se posicionando contra a militarização das escolas, práticas abusivas e outras ilegalidades que, infelizmente, muitas vezes são aceitas sem questionamento por quem está na ponta”, afirmou Valdeir.

Segundo levantamento da entidade, o PRA atingirá 66 escolas em Mato Grosso. O sindicato denuncia que o programa representa uma tentativa do governo estadual de maquiar os indicadores de qualidade da educação, sem efetivamente resolver os problemas da aprendizagem. “Trata-se de mais uma prática mercadológica da Seduc-MT. Mais um processo de apostilamento, com empresas contratadas para vender materiais didáticos e oferecer formações, transformando a educação pública em um balcão de negócios”, criticou o dirigente.

Valdeir ressalta que o modelo de gestão do estado amplia a transferência de recursos públicos para a iniciativa privada, de diferentes formas. “Não se trata apenas da educação. O projeto do governo estadual visa o empobrecimento de todos os trabalhadores do serviço público. A política de gratificação por resultados na educação é um exemplo claro, quando substitui a valorização real por penduricalhos, sem contar que impacta em perdas para a previdência e não atinge os aposentados e pensionistas. O governo promove uma ilusão de ganho e cria meios de subordinação dos servidores aos interesses do Executivo”, denunciou.

Conforme o dirigente, os enfrentamentos são necessários diante das políticas adotadas não só pelo governo do Estado, mas também pelas gestões municipais. “Seguiremos mobilizados pela garantia do piso salarial profissional nacional e pela correção das distorções nos planos de carreira dos educadores, nas redes municipais”, destacou o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.

O Conselho de Representantes se debruçou sobre esses temas e permitiu uma análise aprofundada da conjuntura, muitas vezes não percebida por quem está na linha de frente. “O encontro possibilitou o debate sobre outras perspectivas de enfrentamento inclusive para ampliar a compreensão sobre as atuais práticas de retirada de direitos, com um governo que, ao invés de garantir o serviço público de qualidade como direito social, opera na lógica da negação desse princípio fundamental”, concluiu o presidente do Sintep-MT.