Conselho de Representantes faz a defesa do projeto de educação da classe trabalhadora
Apesar da retomada do processo democrático o projeto de sociedade estará em disputa nos próximos anos
Publicado: 18/02/2023 19:23 | Última modificação: 18/02/2023 19:23
Escrito por: Roseli Riechelmann
O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) realizou no sábado (18/02), em formato híbrido, o primeiro Conselho de Representantes de 2023. A análise de conjuntura revelou que a vitória do campo progressista no cenário nacional, não garantirá, sem luta, as defesas dos trabalhadores. Ainda mais evidente, foi o fato de que a reeleição do governo Mauro Mendes intensificou o ataque sistemático aos direitos e às conquistas dos trabalhadores da educação da rede estadual, bem como nas redes municipais.
Ariovaldo de Camargo, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi o convidado para a análise nacional. Citou os aspectos que avançaram nas políticas federais para a classe trabalhadora, em 47 dias da gestão Lula. Destacou a retomada do diálogo democrático, as relações políticas humanas, o restabelecimento das políticas sociais, incluindo a recuperação do salário mínimo, que passa a ter ganho real em 2023.
O dirigente lembrou da política do piso salarial dos profissionais da educação e da tentativa de descumprimento da legislação (LC 11738/2008) pelos gestores municipais, ao usar gratificações como forma de remuneração ou ainda, tentar fazer do piso, teto salarial. “Precisaremos da participação dos trabalhadores na retomada do projeto de sociedade que defendemos. Ele permanece em disputa, diante da base política ampliada no cenário federal”, afirmou.
Também fazendo análise de conjuntura a professora Rosa Neide, ex-deputada federal e candidata mais votada a vaga na Câmara Federal em 2022, no MT, afirmou que, qualquer professor/a que conheça e acompanhe a história tem possibilidade de avaliar o que foram os quatro anos passados para entender o presente e fazer perspectiva de futuro.
Rosa Neide fez referência ao passado patriarcal, racista, misógino do Brasil, para esclarecer o que manteve o governo Bolsonaro no poder, e ainda, esclarecer a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. “Foram quatro anos em que esse passado do Brasil, que a gente imaginava superado, saiu do armário”, disse.
Analisou a questão da ampliação da jornada de trabalho apresentada pelo governo Mauro Mendes para os trabalhadores da educação do estado como retrocesso. “A Europa vem reduzindo a jornada de trabalho para melhor qualidade de vida da população, enquanto de forma contraditória o governo de Mato Grosso implementa mais tempo de trabalho para os profissionais da educação, com ampliação de 30h para 40 horas, a jornada.
A professora Rosa também destacou a desumanização da escola, por meio da substituição dos trabalhadores por máquinas ou ainda, por terceirizar os serviços. Exemplificou com a proposta anunciada pelo governo de monitoramento eletrônico no lugar do vigia. “Em breve serão centrais de alimentos para entrega de quentinhas, no lugar das merendeiras, e ainda a limpeza tecnológica, desenvolvida por terceirizados ao invés das funcionárias qualificadas e educadoras. “A comunidade escolar precisa mostrar o papel que desenvolvem e revelar qual educadores queremos”, concluiu.
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