Conjuntura Atual apresenta os Novos Tempos, Novos Desafios
Análise sobre geopolítica e o mundo do trabalho marca a 14ª Plenária da CUT-MT
Publicado: 02/08/2025 17:22 | Última modificação: 02/08/2025 17:22
Escrito por: CUT/MT

A 14ª Plenária da CUT-MT, “Novos Tempos, Novos Desafios”, abordou, durante a análise conjuntural, a temática “A geopolítica, a nova ordem mundial e os reflexos para o Sul Global, sobretudo para o Brasil em 2026”, com o educador popular Jeová Simões e o professor doutor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Marcos Caron.
Jeová destacou as transformações sociais e as mudanças no mundo do trabalho, ressaltando as movimentações sociais, econômicas e, principalmente, tecnológicas. Nesse sentido, salientou o papel dos sindicatos dentro desse processo, que impacta, inclusive, nas relações humanas. “Precisamos repensar e reformular estruturas”, alerta.

Conforme Jeová, a globalização, o multilateralismo e o novo cenário internacional passam por mudanças nas relações de trabalho e de poder. Os sindicatos precisam se atualizar para enfrentar esse novo cenário, inclusive incorporando temas como a inteligência artificial (IA) e os desafios impostos pela automação.
“Vivemos hoje um período marcado pela inflação generalizada, concentração de poder econômico nas grandes big techs e por países que detêm os recursos necessários para ‘jogar o jogo’ global. No Brasil, o foco no equilíbrio fiscal é hoje uma prioridade”, destacou. Nesse sentido, Jeová chama a atenção do movimento sindical para se mobilizar diante desse desafio, assumindo o protagonismo na formulação de políticas sociais.
A reflexão reforçou a análise do professor Marcos Caron, que afirmou a necessidade de o Brasil ter um jogo próprio, como o dos BRICS, sem abrir mão de interagir no tabuleiro internacional. “O país tem um papel relevante, especialmente em um contexto em que o domínio comercial do dólar é questionado por novas articulações globais. Uma revolução silenciosa, que passa por moedas, sistemas financeiros e cadeias produtivas alternativas”, ressaltou.

Conforme Caron, o Brasil não é um país sem poder de negociação. Ao contrário: “tem uma economia plural, diversificada e estratégica e não pode, e não deve recuar diante das pressões externas”, afirmou.
Diante das mudanças e transformações apresentadas no tabuleiro global, Marcos Caron aposta na capacidade dos seres humanos de adaptação, o que, por outro lado, pode ser um problema, disse. “Diferente dos animais, o Homo sapiens desenvolveu consciência, mas frequentemente se adapta a condições degradantes sem perceber o que está realmente acontecendo ao seu redor. Essa normalização do absurdo é um dos maiores perigos do nosso tempo”.
O presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, ressaltou que foi um importante momento, a conjuntura internacional, nacional e estadual, para reflexões sobre o que está sendo vivenciado. “A temática é bastante apropriada, são novos tempos, novos desafios e os tempos são bastante desafiadores para a classe trabalhadora, seja pelas mudanças no mundo do trabalho, seja pelas relações comerciais com impacto direto na questão da criação de emprego e renda e valorização dos profissionais. Nesse contexto temos a disputa de um novo projeto de sociedade”, concluiu.