Comunidade escolar se mobiliza em protesto contra municipalização de quatro escolas


Sintep questiona desorganização e falta de diálogo da Diretoria Regional de Educação (DRE) na condução do processo de municipalização das escolas. Pedagogos têm futuro profissional incerto.

Publicado: 17/11/2022 15:34 | Última modificação: 17/11/2022 15:34

Escrito por: Assessoria/Sintep-MT.

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Profissionais da Educação do município de Rondonópolis (distante 220 Km de Cuiabá), bem como pais e estudantes, protestaram na última quarta-feira (16), contra o fechamento de escolas e de turmas dos anos iniciais do ensino fundamental, anunciado pelo governo do estado. Segundo a presidente da Subsede do Sintep no município, Antonia Aparecida Oliveira Aguiar, desde o anúncio de municipalização de quatro escolas na cidade (a entrega completa da estrutura dessas unidades do estado para a prefeitura), muitos profissionais da educação e também pais dos alunos estão insatisfeitos. 

“Recebemos muitas ligações na nossa subsede, de pais e profissionais da educação tentando entender como isso iria ocorrer. Mas, esse é um debate que o Sintep faz desde 2020, essa questão de prefeiturização de matrículas e os prejuízos que essa medida vai acarretar. Tem escolas com turmas do 1º ao 5º ano, que vão passar a funcionar em outra localização, em prédios alugados pela prefeitura. São lugares distantes das casas desses estudantes, totalmente ‘fora de mão’. Muitos terão, inclusive, que atravessar rodovias movimentadas para chegar até à escola, o que coloca até mesmo em risco a vida dos estudantes”.

A sindicalista ainda destacou outros problemas já existentes na rede pública de ensino. “Já temos uma deficiência na questão transporte escolar, crianças amontoadas, sendo transportadas em pé durante o trajeto no ônibus e isso tende a agravar ainda mais com essa municipalização/redimensionamento”, disse.

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Ônibus escolar superlotado.

Antonia ainda criticou a desorganização e falta de diálogo da Diretoria Regional de Educação (DRE) na condução desse processo de municipalização das escolas. “Sabemos que a DRE está realizando algumas reuniões para tratar disso, mas não está incluindo o Sintep e nem a comunidade escolar nessas discussões. Está sendo feito tudo a ‘toque de caixa’. Quanto aos pedagogos, muitos não sabem para onde serão direcionados após o redimensionamento de turmas. Mesmo os que já sabem, que são aqueles que ficarão sob regime de cooperação técnica e ficarão em escolas que serão entregues de porteira fechada ao município, ainda assim, o não há a garantia da continuidade do processo, para os anos seguintes, deixando muitas incertezas no que tange à carreira destes  profissionais. Aqui em Rondonópolis são 205 pedagogos”, destacou.

Na terça-feira (15), um grupo de pais de estudantes e de trabalhadores de quatro escolas que serão entregues ao município, esteve reunido na praça Brasil, afim de protestar contra essa municipalização. “Nesta quinta (17) teremos uma Assembleia Geral com a categoria e vamos dialogar sobre essa questão e fazer nossos encaminhamentos. Nossa preocupação maior, é com a queda na qualidade do ensino com turmas superlotadas, com a quebra da continuidade pedagógica e com o sucateamento das escolas que passarão a ser geridas pelo município, o que consequentemente afeta a valorização profissional”, finalizou a presidente da subsede do Sintep em Rondonópolis.