Comunidade escolar exige local adequado para aulas durante obras na EE Jercy Jacob


Reunião de pais, profissionais e estudantes da unidade confirma a falta de condições de retomar funcionamento da escola, apesar do governo insistir em manter as atividades escolares

Publicado: 29/07/2022 11:37 | Última modificação: 29/07/2022 11:37

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT
Governo quer que estudantes e profissionais da EE Jercy Jacob permaneçam no canteiro de obras, durante reforma do prédio

Após uma semana reivindicando a locação de espaço para as atividades escolares durante o período de reforma na Escola Estadual Jercy Jacob, no município de Várzea Grande (região metropolitana da capital), nada mudou. Mesmo com as aulas suspensas desde o dia 26/07, por consenso entre pais, estudantes e Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar, ainda há a ameaça de terem que retomar o calendário letivo no canteiro de obras.

Segundo o Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE), não existe uma resposta oficial da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso sobre a proposta de locação de salas no prédio vizinho, onde funciona no período noturno uma faculdade. “Teríamos a possibilidade de ter as aulas lá, tanto do período matutino como vespertino, sem atrapalhar o funcionamento dos cursos, e manter as aulas da escola com dignidade para os estudantes e profissionais“, destacou a presidente do CDCE e professora, Josete Maria da Silva.

Desde que a obra foi iniciada a unidade já perdeu 20 matrículas, das 400 que existiam das turmas de 5º ao 9º ano. As queixas da comunidade escolar foram expostas, porém, o governo Mauro Mendes, via Seduc-MT, busca resolver o problema com “paliativos”, instalando caixa d’água e tentando restaurar parte da energia elétrica para manter os estudantes confinados nas salas, enquanto a obra é executada. Isso, sem sequer saberem o quanto tempo vai durar a reforma. “Não temos conhecimento do planejamento da obra e tempo de duração”, destacou a conselheira do CDCE.

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“Não tem condições dos profissionais da educação atuarem, os estudantes não poderão ter direito ao intervalo fora das salas, o barulho é constante, a cozinha está exposta à poeira, o que inviabiliza o preparo dos alimentos conforme determina PNAE (Plano Nacional de Alimentação Escolar) e ainda, não existem funcionárias que mantenha a limpeza mínima da escola, com a produção de poeira gerada pela que obra, sem contar o risco de acidentes”, destacou a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Leliane Borges, que esteve na reunião desta quinta-feira.

Para o Sintep-MT o que o governo tem proposto gambiarra para dar prosseguimento ao calendário letivo, mas sem qualidade nas aulas. Durante a reunião realizada na manhã de quinta-feira (28/07), com pais, estudantes e profissionais, foi questionado sobre a quantidade de alunos por sala de aula, já que tudo indica que haverá junção de turmas, pois parte das salas tiveram a energia cortada para troca de fiação e o forro está aberto, inviabilizando a ocupação desses espaços.

“É surpreendente que o governo tenha esperado às vésperas das eleições para contemplar as escolas com obras necessárias há mais de 10 anos. E o que é pior, sem planejamento e mantendo o discurso de qualidade da educação, confinando os estudantes como gado. Se essa é a educação que defende, que coloque os filhos dele para estudar nesse cenário”, conclui Leliane Borges.