Sem energia e água potável, estudantes e educadores protestam contra o descaso do governo


Falta de gestão do governo promove o caos no retorno das aulas em pelo menos duas escolas estaduais de Várzea Grande, que passam por reformas

Publicado: 26/07/2022 19:47 | Última modificação: 26/07/2022 19:47

Escrito por: Roseli Riechelmann

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Sem planejamento reforma de escola no governo Mauro Mendes agrava ainda mais os problemas da Educação

Escolas estaduais em Várzea Grande retomam o calendário escolar, após férias escolares, nesta terça-feira (26/07) sem condições estruturais para receberem estudantes e trabalhadores da educação. Obras iniciadas sem planejamento pelo governo do estado promovem o caos no ambiente escolar. O cenário encontrado na Escola Estadual Jercy Jacob levou o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep-MT), a registrar denúncia na ouvidoria do Ministério Público Estadual.

O Conselho Deliberativo da Escola manifestou publicamente a indignação aos pais e estudante. A escola estava sem água, energia e em meio a poeira e barulho.  Elencaram as várias tentativas feita pela gestão para evitar prejuízo para os estudantes e a qualidade do trabalho dos profissionais. A unidade apresentou proposta de retomar aulas hibridas enquanto ocorressem as reformas, locação de espaço no entorno da escola, mas nada foi aceito ou respondido pela Seduc-MT, até o caos instalado e a perda de 20 estudantes transferidos.

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Obras durante o período de aula provoca caos na vida dos estudantes e professores 

Em outra unidade EE José Mendes, a obra iniciada uma semana antes do início das férias segue com dois funcionários da empresa licitada executando toda a demanda. Com isso, a unidade iniciou o calendário escolar tendo que juntar turmas, com até 70 estudantes, por falta de salas de aulas prontas. E ainda, o cerca de mil matriculados, nos três períodos, dividem com os profissionais da escola um único banheiro feminino e um masculino.

Todo o caos ou as condições “desumanas”, como definido por uma das professoras indignada com o descaso, poderia ter sido evitado. Todos os problemas foram previstos pelos gestores das duas escolas e encaminhados com proposta de solução, mas ignorados pela Seduc-MT

A direção da escola Jercy Jacob fez cotação de preço de salas de aula na região. Na escola José Mendes, a cobrança foi por banheiro químico. Por enquanto os alunos estão sendo dispensados após o lanche para usarem o banheiro em casa.

Para o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, é um absurdo as prioridades do governador Mauro Mendes. “Gasta mais de R$ 10.000,00 em um lustre na reforma de seu gabinete e o estado não pode pagar com locação de salas de aula para os estudantes”, manifestou.

Os professores voltam das férias e enfrentam o quadro de estresse, e problemas na voz, ao ter que dar aulas de máscara e se comunicar com turmas de 45 a 70 estudantes.

Reforma na escola obriga a integrar turmas num mesmo espaço e professores dão aulas para mais de 70 estudantes 

“Melhoria na infraestrutura das unidades escolares é muito importante e é uma obrigação do governo, o que não pode é, em virtude dela, comprometer toda a qualidade do ensino e colocar os estudantes e trabalhadores da escola em condições desumanas”, conclui Valdeir Pereira.

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