Comunidade em Peixoto de Azevedo faz a resistência ao fechamento de Escola Pública


Após assembleia da comunidade escolar pais e responsáveis ocuparam a unidade

Publicado: 06/08/2021 14:27 | Última modificação: 06/08/2021 14:27

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT

Depois de assembleia entre a comunidade da Escola Municipal Paulo Freire, em Peixoto de Azevedo (698 km da capital), sete dos onze vereadores municipais, Ministério Público Estadual e Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, subsede Peixoto de Azevedo, no fim da tarde de quarta-feira (04/08), pais e responsáveis ocuparam a unidade. A medida deliberou ainda uma comissão para participar de audiência com o governo Mauro Mendes.

Há cerca de uma semana a comunidade escolar faz o enfrentamento diante da ameaça, instalada pela vontade do prefeito Maurício Ferreira de Souza (cassado por acusação de improbidade administrativa, no mês de julho), em acordo com o governo do estado, para desocupar a unidade municipal – com mais de 500 crianças e adultos matriculados – e entregar ao estado para torná-la colégio Militar. .

Os dirigentes do Sintep/MT, em Peixoto de Azevedo, esclarecem que a decisão de gabinete resultará na retirada do único serviço público ofertado pelo município, no bairro Jerusalém. O debate coletivo definiu por fazer a resistência frente a decisão unilateral e impositiva do prefeito com apoio dos vereadores. Os pais dos estudantes estão ocupando a escola, diante da ação municipal que prejudica a vida e os interesses coletivos da comunidade.

Segundo já denunciado, com manifestações na Câmara de Vereadores e na comunidade, no início da semana, o bairro onde está instalada a escola Paulo Freire, é carente e a maior parte dos estudantes são crianças, cujo os pais se sente seguros em ter a escola nas proximidades das residências, ou adultos, que veem na oportunidade de ter a oferta da EJA, no bairro, a chance de se alfabetizarem.

 

Fernando Alves da Silva - Diretor regional do Sintep-MT Alto Teles Pires-Nortão I

Para o diretor regional do Sintep/MT, Fernando Alves, ao fechar a escola Paulo Freire para a instalação de um colégio militar no bairro, tanto a prefeitura quanto o governo descumprem as prerrogativas constitucionais da educação. Uma delas se refere a assegurar as matrículas dos estudantes nas proximidades das residências (Lei 11.700/08 artigo X), e a outra, é direcionar recursos públicos de todos, apenas para alguns, como é a proposta do colégio militar. E mais, as matrículas do colégio militar não serão ocupadas pelos estudantes do bairro.

Ainda entre os impactos da medida unilateral, criada pela prefeitura e governo do estado, está o fechamento da Escola Estadual Monteiro Lobato. Essa unidade estadual iria abrigar os estudantes da Paulo Freire, deixando mais de 30 profissionais desempregados.


Fonte: Assessoria/Sintep-MT