Aposentados da educação em mobilização pelo fim do confisco no Palácio Paiaguás e ALMT
Os ataques aos profissionais da educação aposentados/as exigem a luta, afirmam os dirigentes do Sintep-MT
Publicado: 08/08/2023 18:18 | Última modificação: 08/08/2023 18:18
Escrito por: Roseli Riechelmann
Neste mês de agosto de 2023, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), em conjunto com educadores/as aposentados/as do estado, lança uma nova fase na disputa pelo fim do confisco das aposentadorias e pensões. Desta vez, a mobilização vai além da cobrança aos parlamentares estaduais e se estende até a Casa Civil e ainda atividade em Brasília. Na manhã desta terça-feira (07/08), a ação foi no Palácio Paiaguás, com foco em estabelecer um diálogo para avançar na pauta em questão.
Apesar das prioridades do poder executivo terem afetado a tentativa de agendar um encontro com o chefe da Casa Civil, o deputado federal licenciado Fábio Garcia, os aposentados e pensionistas não deixaram de marcar presença no Palácio Paiaguás. “Mesmo sem conseguir agenda, foi importante, porque pautamos esse problema dos aposentados do estado, em especial os da base da educação”, destacou o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.
Desde 2019, os trabalhadores da educação estadual ativos e aposentados têm enfrentando a falta da Revisão Geral Anual (RGA) integral, e também com o impacto do corte na lei 510/2013, que até então recuperava as perdas históricas no piso salarial.
Durante a realização do evento, Valdeir Pereira, presidente do Sintep-MT, formalizou um ofício junto à Casa Civil, com o propósito de agendar uma reunião destinada à discussão da revogação da Lei que impõe o confisco das aposentadorias e pensões estaduais. O dirigente enfatizou a importância de retomar a cobrança previdenciária para salários que excedam o teto estabelecido pelo INSS.
Na sequência a mobilização foi conversar com os parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, com objetivo de debater a pauta que ainda não é amplamente conhecida por muitos dos novos representantes no legislativo. A medida quer antecipar qualquer discussão em plenário sobre o tema.
A aposentada Flora Costelly Zanella, do município de Juína (720 km oeste de Cuiabá) participou da mobilização em Cuiabá. Há dez anos aposentada, a professora viu todas as conquistas da carreira, incluindo a luta pela aposentadoria digna, sendo comprometidas pelas canetadas do governo Mauro Mendes. Em 2019 houve o corte da RGA, seguido em 2020 pela interrupção da lei da dobra do poder de compra, iniciada em 2013. Ainda em 2020 a Reforma da Previdência, que passou a confiscar 14% dos salários. “O impacto na nossa vida é maior na saúde, pois na região sequer temos especialidades pelo SUS para atendimento médico. Na maioria das vezes temos que pagar R$ 300,00 a cada consulta ou vir para Cuiabá fazer exames”, relata.
Para a professora aposentada Edileuza Fontanele Silva, de Jucimeira, está sendo muito difícil enfrentar essa redução salarial. “Tínhamos um ganho X que sofreu corte e isso desequilibra toda a nossa vida financeira. Além da perda salarial, os 14%. A idade vem chegando e os gastos com remédio aumentando, as consultas, quem tem plano, que pode pagar, também aumenta. Estamos cada dia mais endividadas, pelos empréstimos”, destaca.
O professor aposentado e secretário de Finanças do Sintep-MT, Orlando Francisco, afirma que a resistência diante desses ataques direcionados aos aposentados e pensionistas da educação exige a luta. O dirigente enfatiza o compromisso com a causa. “Estaremos em Brasília nos dias 28, 29 e 30 de agosto, para buscar apoio de deputados federais e senadores. É essencial direcionar nossa atenção para os acontecimentos em Mato Grosso, destacando a negligência da atual administração em relação aos aposentados", afirma.