Agenda de maldades dos governos é exposta em análise de conjuntura do Sintep-MT


A análise de conjuntura, que fomenta os debates que se seguem no Conselho, focou as políticas nacionais e a cruzada falaciosa de combate à corrupção. Uma prática que se estende aos estados, em especial Mato Grosso

Publicado: 06/11/2021 20:32 | Última modificação: 06/11/2021 20:32

Escrito por: Assessoria/Sintep-MT

Sintep-MT
Volta às atividades presenciais reforça a luta dos trabalhadores da educação

A agenda de maldades implementada contra a população brasileira, em especial as mais pobres e vulneráveis, abriu as reflexões apresentadas pelo professor Carlos Abicalil, na Análise de Conjuntura do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, sábado (06/11).    
Conforme Abicalil, o discurso de anticorrupção dos governos que sucederam ao golpe de 2016, escondeu as verdadeiras intenções da política nacional. Citando o filósofo Norberto Bobbio, destaca a observação de que os fascistas sempre usam o argumento de combate à corrupção, como sendo eles os honestos. “Mas do que corrupção, o fascista pratica a maldade. Ele ri quando se registra 600 mil mortes no Brasil. Um país com 2,7% da população mundial e que registra 12% dos mortos por covid-19”, alertou.
Abicalil afirma que, ser contra à corrupção é defender o serviço público, defender o ‘suor’ dos trabalhadores, porque deles é que saem 70% dos impostos. E destaca o caso do ministro da economia (Paulo Guedes) e o presidente do Banco Central que montam empresas fantasmas no exterior, e num único dia ganham, com a mexida na variação do dólar, R$ 750 mil reais. “Eles falam em combate à corrupção", ressaltou.
O palestrante lembrou que foi com o discurso anticorrupção que foram implementadas medidas como a Reforma Trabalhista, acabando com direitos e implantando o contrato intermitente. “Prestem atenção no seletivo do ano que vem”, advertiu, fazendo referência às regras do seletivo da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT).

Presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira na análise de conjuntura


Mato Grosso
O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, tratou a conjuntura estadual destacando a política de continuidade da gestão Mauro Mendes, que dá sequência ao governo Pedro Taques. Apesar do candidato Mauro Mendes ilustrar a campanha com promessas, estas nunca foram executadas. 
Valdeir citou a manutenção do staff governamental, com a permanência dos secretários de Fazenda, Gestão de Pessoas, e secretária de Educação, professora Marioneide Kliemaschewsk, substituída pelo adjunto da pasta, atual secretário, Alan Porto, para reafirmar o alinhamento político com a antiga gestão. “A política de Taques só foi piorada ao trazer práticas do DEM, de décadas passadas, ainda dos governos Jaime e Júlio Campos. Tem o apoio da Assembleia (Legislativa), submissa ao governo, o que dá requinte de crueldade ao governo”, destaca.
Segundo o presidente do Sintep-MT, as mazelas da Educação estadual estão mantidas no governo Mauro Mendes, cujo o único propósito é submeter a Seduc-MT à demanda empresarial, transformando a Secretária num balcão de negócios. “A formação de profissionais hoje é um verdadeiro workshop, com diversas empresas vendendo pacotes com soluções milagrosas para a política educacional. 

 

Ataques
“Ataca a formação dos trabalhadores, e, não suficiente, desmonta os Centros de Educação de Jovens e Adultos, com a política de EDIEB (Escola Estadual de Desenvolvimento Integral de Educação Básica), que após dois anos não avançou no atendimento da EJA. 
Conforme Valdeir, o arrocho salarial, com a política de Reforma Administrativa implementada no estado, logo no início do governo, trouxe medidas que acabam por comprometer não apenas a valorização profissional, bem como toda a política de educação. Não realiza Concurso Público, fecha escolas, entrega unidades para a Política Militar, promove a municipalização do Ensino Fundamental e compromete a política de creches nas redes municipais.
Segundo o dirigente, outro ponto é o descumprimento intencional da Lei de Gestão Democrática no estado (Lei 7040/98). Conforme Valdeir, ao descumprir e desconsiderar a opinião da comunidade escolar, o governo abre a porteira para implementar políticas de interesses da gestão, inclusive via processos seletivos de dirigentes escolares e não mais eleições de diretores. 
Valdeir fez destaque ao programa “Mais Mato Grosso”, que promete investimentos em infraestrutura no estado. “Tudo foi pensado a partir dos recursos dos servidores, por meio do confisco das aposentadorias, até congelamento de salários, e suspensão da Revisão Geral Anual”, destaca.
Finaliza, fazendo o alerta de que enquanto os trabalhadores não reivindicarem o espaço de participação, vão continuar reclamando do preço da carne e das ações de austeridades em cima dos servidores. “Não vamos ter política no orçamento de Mato Grosso para incluir a população vulnerável, só  para assegurar isenções e renúncias fiscais”, concluiu. 

Confira as fotos no facebook do Sintep-MT

Veja o vídeo do Conselho de Representantes do Sintep-MT deste sábado (6/11), pela primeira vez após a pandemia, de maneira semipresencial.