Acampamento marca a frente de resistência do Sintep-MT em defesa da carreira no estado
Atividade realizada durante cinco dias dá visibilidade às pautas de luta contra a política de desmonte do governo Mauro Mendes na educação
Publicado: 17/07/2024 17:20 | Última modificação: 17/07/2024 17:20
Escrito por: Roseli Riechelmann
“O primeiro de muitos atos”. Assim foi definido pelo dirigente do Sintep-MT (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso), professor Gilmar Soares, a realização do Acampamento da Resistência, “Mato Grosso cresce e os/as educadores/as empobrecem”. O educador participou da mobilização desta quarta-feira (17), na barraca montada na avenida do CPA, na Praça do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Segundo Gilmar Soares, a atividade marca um momento de união da categoria para lutar pelos direitos retirados durante as duas gestões do governo Mauro Mendes. “A manifestação cumpre um papel fundamental ao denunciar a realidade de autoritarismo que vivemos em Mato Grosso”, disse.
A indignação demonstrada pelos que participaram do acampamento revela que as tentativas do governo Mauro Mendes de silenciar os profissionais da educação não estão tendo os efeitos esperados. “A resistência tem voz, e é nas ruas que essa frente de profissionais mostra a indignação ao denunciar os prejuízos que se acumulam para a educação pública, estudantes e profissionais”, destaca o presidente da entidade, Valdeir Pereira.
Gilmar Soares citou ainda que alguns dos dados estatísticos do estado se devem às custas dos servidores públicos. “Sempre é bom lembrar que, se nós estamos morrendo, sucumbindo ante uma miséria de gratificação, onde uns não recebem nada, outros recebem até R$ 5 mil e alguns até R$ 10 mil, por ano. O governo retirou do nosso salário, com o fim da política da dobra do poder de compra, algo em torno de R$ 50 mil”, lembrou.
Para o educador, a lógica da gratificação se assemelha à lógica de um jogo de azar. “De uma hora para outra podem puxar nosso tapete, nos deixando sem força para construir as alternativas possíveis de sobrevivência”, disse.
Da mesma forma, as políticas de educação, e da “pseudo-digitalização” que se implanta nas escolas estaduais. “Para nossos jovens e adolescentes, o que sobrará será se submeterem à oportunidade de ganhar dinheiro fácil, no mundo do crime, do narcotráfico, das milícias”, destacou.
Antecipando o diálogo no acampamento, parte dos profissionais fizeram protesto em frente ao Palácio Paiaguás para denunciar os interesses de uma gestão privatista, que tem como objetivo os interesses dos empresários e do agronegócio, contra os servidores e os serviços público.
O debate no acampamento contou com a participação da representação dos estudantes, com a presença da direção da AME (Associação Mato-Grossense dos Estudantes Secundaristas), dos dirigentes regionais e dos trabalhadores da educação que estão acampados esta semana em Cuiabá.
Na parte da tarde, os acampados levam para os shoppings da cidade a mensagem de luta “Mato Grosso cresce e os/as educadores/as empobrecem”, contra a política do governo Mauro Mendes. Lembrando que estão mobilizados contra a precarização da carreira; a plataformização da educação; aprovação automática de estudantes; e, pela dignidade de aposentados e pensionistas que sofrem com o confisco dos salários.
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