A violência de gênero e os impactos na saúde das mulheres são destaques em Seminário


O coletivo de Mulheres do Sintep-MT e a secretaria de Mulheres da CUT-MT fazem o debate sobre pontos que exigem a construção de políticas públicas e sociais para as mulheres

Publicado: 11/03/2023 20:08 | Última modificação: 11/03/2023 20:08

Escrito por: Roseli Riechelmann/Sintep-MT

CUT-MT/Francisco Alves
Auditório do Sintep-MT

“E ainda assim eu me levanto”. O poema da escritora norte-americana Maya Angelou, uma declaração de resistência à opressão abriu a programação da manhã de sábado (11/03), no Seminário Mulheres "Violência contra a mulher e Saúde das mulheres no mundo do trabalho”.

O debate organizado pela secretaria de mulheres da CUT Mato Grosso e Coletivo de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), reuniu cerca de 100 participantes virtual e presencialmente, na sede do Sintep-MT.

CUT-MT/Francisco Alves
Angelina de Oliveira, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-MT

A secretária de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora da CUT Nacional, Madalena Margarida Teixeira da Silva, foi a primeira palestrante convidada, e abordou o funcionamento da sociedade e os reflexos no mundo do trabalho, a partir do lugar que as mulheres ocupam no cenário brasileiro. Madalena destacou que apesar das mulheres serem 55,5% da população brasileira e responsáveis por 50,8% dos lares, representando 44% da força de trabalho, não têm representatividade proporcional nas políticas sociais.

“A desigualdade de gênero é também desestruturante e se potencializa nas interfaces, de classes sociais, raças, etnias e territórios”, destacou. Diante desse quadro, a saúde das mulheres é também a mais impactada. Conforme a sindicalista, elas sofrem com o assédio moral e sexual, menor remuneração, violência doméstica e estão atuando nos trabalhos mais precarizados.

“Hoje nossa defesa no atual governo é o Fórum Nacional Interministerial, para tratar da saúde do trabalhador com equipes multidisciplinares, com atendimento nos locais de trabalho e nos locais onde moram as trabalhadoras”, afirmou destacando que apesar dos desafios financeiros do novo governo a retomada da democratização do país possibilita avanços nas políticas sociais e para as mulheres.

CUT-MT/Francisco Alves
Secretaria de mulheres da CUT Mato Grosso e Coletivo de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT)

“A construção da desigualdade de gênero no Brasil não é natural é um processo histórico”, afirmou a outra palestrante convidada, professora da Universidade Federal de Rondonópolis, Beatriz Oliveira. Traçando uma linha histórica a partir do Brasil Colônia até os dias de hoje, destacou violência contra as mulheres atravessa toda história do Brasil, contudo, nunca sem resistência.

Leia mais: Luta pela igualdade gêneros passa pela valorização da educação pública

Beatriz Oliveira fez memória ao retrocesso acentuado nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, com projeto acentuado pela ultradireita com suas posições sobre ideologia de gênero, escola sem partido, em mais uma tentativa de calar a luta feminista. Conforme a pesquisadora, silenciar as mulheres foi a primeira forma do patriarcado capitalista se impor. Apesar de todos os ataques existe a resistência com os enfrentamentos individuais e os coletivos. A professora cita como modelo dessa resistência a Marcha das Margaridas, uma articulação de trabalhadoras rurais que se juntam às organizações de mulheres da cidade, num movimento permanente de resistência.

O Seminário finalizou com questionamentos às palestrantes e sorteio de livros, que foram entregues pelas organizadoras da atividade, a professora Angelina Oliveira, secretária de mulheres da CUT-MT, e a representante do coletivo de mulheres do Sintep-MT, Maria Luiza Zanirato.

Acompanharam o debate o presidente do Sintep-MT, professor Valdeir Pereira, a vice-Presidente, Leliane Borges, além da secretária geral da CUT-MT, Maria Celma Oliveira.

 Confira as fotos no facebook do Sintep-MT

Veja o vídeo aqui