A luta dos profissionais da educação pública de Mato Grosso passa por fortalecer a união
A retomada de conquistas deverá contar com o protagonismo dos trabalhadores da educação tanto da rede estadual quanto das redes municipais
Publicado: 01/07/2025 11:02 | Última modificação: 01/07/2025 11:02
Escrito por: Roseli Riechelmann

O presidente empossado do Sintep-MT (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso), Henrique Lopes, fez uma breve avaliação da conjuntura político-social educacional do estado durante a solenidade de posse, no domingo (29 de junho). O dirigente destacou como fundamental, para a luta por direitos, a efetiva reação da categoria, tanto da rede estadual quanto das redes municipais.
Henrique Lopes ressaltou que a luta não é apenas pelos direitos dos trabalhadores, mas principalmente pela garantia de uma educação pública, gratuita, laica e desmilitarizada. Apontou como desafios a serem enfrentados: a retomada da gestão democrática nas escolas; o processo de valorização profissional; o cumprimento do Piso Salarial e dos Planos de Carreira — especialmente nas redes municipais, onde esses direitos ainda não se consolidaram. Destacou ainda a necessidade de resgatar conquistas retiradas e de lutar pela educação em tempo integral e pela dedicação exclusiva do(a) professor(a) a uma única unidade escolar.
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O novo presidente terá uma missão desafiadora, considerando as mudanças políticas e sociais dos últimos nove anos, que impactaram diretamente os direitos e o perfil da categoria. A gestão anterior, sob comando de Valdeir Pereira, deixou um legado de resistência à frente do Sintep-MT. Após dois mandatos — de 2018 a 2022 e de 2022 a 2025 — o primeiro deles enquanto vice-presidente, após o falecimento da então presidente Jocilene Barboza. As duas gestões de Valdeir Pereira foram marcadas por 2 grandes desafios: a greve de 79 dias da rede estadual, em 2019 sem retorno positivo, no primeiro mandato do governador Mauro Mendes; o período da pandemia de Covid-19; além, das práticas antidemocráticas que desmontaram a política educacional no estado de Mato Grosso. “Foram seis anos de muitos desafios. No entanto, a resiliência, a luta e a persistência dos trabalhadores da educação também não permitiram que o governo avançasse como queria no desmonte da educação pública”, destacou Valdeir Pereira.
O cenário da educação pública em Mato Grosso — e no Brasil — é desafiador. Apesar disso, a nova gestão aposta no enfrentamento com unidade para alcançar vitórias. “As consequências que vivemos hoje são fruto das decisões políticas tomadas no passado. Em 2026, teremos uma nova oportunidade de eleger nossos representantes no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas e no governo estadual. Esse deve ser o nosso foco: fortalecer a consciência política da categoria, para que possamos caminhar juntos e construir mudanças concretas”, afirmou Henrique Lopes.

Na ocasião da posse, em 29 de junho, também foram empossados os dirigentes das subsedes do Sintep-MT de Cuiabá e de Várzea Grande, tendo como presidentes, respectivamente, a professora Marivone Pereira e o professor Juscelino Dias de Moura.
A solenidade contou com a participação de representantes de diversas entidades, como: Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), CUT-MT, União Estadual dos Estudantes (UEE), a deputada estadual Graciele Marques dos Santos, representante do gabinete do deputado Valdir Barranco, Adunemat (Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso), o secretário de Educação de Várzea Grande, Cleiton Marino, entre outros.