A falácia da gratificação salarial que evitaria o adoecimento dos profissionais da educação
Os docentes são os que mais se afastam, pois, para conseguir tal bonificação eles não podem pegar atestados e acabam se esgotando
Publicado: 18/12/2024 18:42 | Última modificação: 18/12/2024 18:42
Escrito por: Lina Obaid
Em recente notícia publicada pela imprensa local no mês de dezembro confirmou-se que o maior número de afastamentos das secretarias de Estado é da Seduc.
No entanto, o governo estadual ignora tal realidade e declara que “os atestados diminuíram” porque os profissionais da educação recebem premiação no final do ano.
Dados da gerência de saúde do servidor, da Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag) apontam que entre janeiro e julho deste ano, foram 9.816 licenças, totalizando o afastamento de 6.173 servidores de suas funções.
Para Maria Luiza B. Zanirato, primeira Secretária do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) e militante da saúde do trabalhador, “No mínimo, o governador se equivocou, pois justamente para receber esta premiação os docentes e funcionários trabalham adoecidos para não perder este recurso, que não é incluído na carreira, e nem na aposentadoria. Além de enganar a população de que valoriza os profissionais da educação, mas na verdade jamais, nos dois mandatos, pagou mais do que a inflação”, explicou.
Ela também completa, que “o Sintep-MT segue lutando por aumento real dos salários, e o fim da política de premiação.
Pedagogicamente isto não melhora a formação dos estudantes, nem o comprometimento com o projeto político pedagógico das escolas estaduais pelos profissionais. Pois estes não têm escolha quanto à sua valorização. O projeto de meritocracia não foi debatido, foi imposto pelo governador e a Secretaria Estadual de Educação”, concluiu.