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Teste seletivo de educadores: em que contribui para a práxis pedagógica?

Publicado: 05/07/2021 10:11

Como sabemos, o principal objetivo da escola é a aprendizagem dos estudantes. A escola deve constituir-se em espaço de oportunidades de desenvolvimento do potencial destes para que possam participar efetivamente da vida social em diferentes contextos dos quais fazem parte.
É fundamental que se reconheça ser a escola uma organização social constituída por pessoas. E como nos ensina Luck” nenhuma escola pode ser melhor do que as pessoas que nela atuam e do que a competência que põem a serviço da educação”. Assim, há que se planejar e executar ações que atendam às necessidades dessas pessoas para a qualificação do seu trabalho.
Nestes tempos de pandemia, em que novos arranjos têm exigido das escolas capacidade de organização e adaptação constantes, necessário se faz o investimento nas condições estruturais e de manutenção das pessoas para que o trabalho educativo possa se efetivar através da formação de uma ‘comunidade de aprendizagem coletiva’, desenvolvendo de forma cada vez mais consistente a confiança mútua, o convívio com os diferentes a superação coletiva de desafios, objetivando promover o desenvolvimento mútuo, ou seja, agregar valor à organização e às pessoas.
A seleção dos profissionais neste sentido faz papel inverso, uma vez que promove permanente rotatividade das pessoas nos postos de trabalho existentes na escola e não sendo de forma alguma instrumento válido na garantia de competências profissionais. A competência pedagógica advém de diferentes fatores experienciados pelo profissional, neste sentido, é condição ‘sine qua non’ que o Órgão Central, assim como os diretores escolares compreendam, planejem e implementem a Gestão Pedagógica, entendida como a arte de influenciar sistemática e organizadamente os processos de aprendizagem de pessoas mesmo em condições e contextos diferentes desde que as ações sejam sistematicamente organizadas e intencionalmente voltadas para tal fim.
Nesta perspectiva, é preciso que se questione: em que medida a adoção de provas para seleção de profissionais para o exercício das funções escolares, contribuirão para a qualificação da sua práxis? Qual o custo benefício para adoção dessa medida? Qual a fundamentação teórica metodológica que a sustenta? Por que não é divulgado o projeto de educação da Seduc? Quais ações serão planejadas e implementadas no Estado para a formação continuada dos profissionais da educação? Seleção e …? A quem cabe esta responsabilidade?
Se, se busca a ‘formação’ de quadros de profissionais competentes é necessário reconhecer que a competência é também aprendizagem, portanto não está dada, tampouco se assenta em provas seletivas e’ troca troca’ de escola mas, compreende o “desenvolvimento contínuo da competência profissional que constitui-se em desafio a ser assumido pelos profissionais, pelas escolas e pelos sistemas de ensino” (Luck).
CATARINA CORTEZ - Professora Licencia em Pedagogia – Especialista em: Supervisão e Currículo da Escola Pública – Mestra em Educação: Avaliação e Gestão da Escola Publica