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Governo que não respeita a Educação, não merece reeleição!

Publicado: 14/07/2021 10:36

Que o voto é um instrumento poderoso nas mãos do cidadão, isso todos já sabem (ou pelo menos, deveriam saber). O que não é tão óbvio assim, é o fato de, em muitos casos, a confiança depositada pelo eleitor na urna, ao escolher um gestor público, pode desaparecer assim que aquela figura, antes com discurso tão alinhado às pautas do funcionalismo público, de valorização profissional e condições de trabalho, muda completamente sua face ao chegar ao poder.

Foi o que aconteceu com o governador de Mato Grosso, o senhor Mauro Mendes. Quem de nós, trabalhadores da Educação, não assistiu à diversas entrevistas deste governador, na condição de candidato, prometendo com muita eloquência que, se fosse eleito, iria pagar integralmente a Revisão Geral Anual dos servidores? Infelizmente, o que o governador fala, não se escreve, o que se configura em “calote”. O que vimos após a sua posse no Palácio Paiaguás, foi uma política de desmonte da Educação Pública, com a implementação de uma série de medidas a fim de sucatear a educação, precarizando principalmente, as condições de trabalho dos profissionais da Educação, a começar pelo achatamento dos salários dos servidores.

Para Mauro Mendes, a forma com que trata os servidores públicos que atuam na Educação, mostra o grau de relevância que ele atribui a esse serviço tão importante para a sociedade. Somos, dentre todas as carreiras do Executivo, a que tem a menor remuneração. Como se não bastasse, o governador-empresário, forçou ainda mais o braço com o chicote sobre as costas dos educadores, ao confiscar 14% das aposentadorias daqueles que já dedicaram uma vida inteira a servir o estado. Majorar a alíquota previdenciária, foi apenas mais uma das maldades de Mauro Mendes sobre os servidores.

A lista de ações de Mendes é tão extensa quanto danosa. Implementou em Mato Grosso, uma “mini Reforma Administrativa”, que conseguiu ser ainda mais cruel que a proposta pelo governo federal. Desrespeitou a Lei nº 510/2013, da Dobra do Poder de Compra, utilizando-se de uma decisão do Tribunal de Justiça, sob argumento de não ter “recursos financeiros suficientes” para garantir os reajustes que iriam corrigir uma defasagem histórica no salário dos educadores. Isso, mesmo em meio a recordes de arrecadação do estado.

Este, é um governo que não demonstra nenhum remorso em promover políticas que empobrecem ainda mais os trabalhadores da educação. Fere, com objetivos políticos, a Lei 7.040, da Gestão Democrática nas Unidades Escolares.

Queremos aqui, companheiros e companheiras, promover uma profunda reflexão, de que, tais medidas do governador de Mato Grosso, estão longe de serem aleatórias. Trata-se de uma visão empresarial, de privatizar, terceirizar e acabar com os serviços públicos, transferindo recursos públicos para as mãos da iniciativa privada.

Este ano de 2021, antecede o ano eleitoral, onde teremos, mais uma vez a oportunidade de escolher como seremos tratados enquanto servidores públicos, enquanto educadores, pelos quatro anos seguintes. Teremos mais uma vez, a oportunidade de nos mobilizar enquanto classe trabalhadora, e escolher um representante que dialogue, respeite, nossas pautas, que valorize os funcionários públicos, que esteja disposto a construir de forma coletiva e dialógica uma Educação, pública, gratuita, laica, democrática e de qualidade.

Mais uma vez Mato Grosso tem um Governador Caloteiro, que faz promessas, mente e engana o povo mato-grossense. As ações deste governo mostram exatamente quem ele é, e quais são suas intenções neste estado, principalmente com a educação pública, não se deixem enganar por discursos bonitos com falas mentirosas. Governo que não valoriza a Educação, não merece reeleição!

Guelda Andrade - Secretária de Políticas Educacionais do Sintep-MT.