A propaganda da privatização da educação através da terceirização das escolas para ONGs sem fins lucrativos ou operadoras privadas gosta de alardear que permitirá que as escolas públicas se tornem mais inovadoras, mais responsáveis, mais baratas e eficazes. Diane Ravitch resume os resultados de três décadas de operação destas escolas terceirizadas (charters) nos Estados Unidos:
“a) As escolas charter não são mais inovadoras do que as escolas públicas. A única inovação associada às terceirizadas são as práticas disciplinares severas chamadas “sem desculpas”, onde as crianças são punidas por pequenas infrações por regras estritas. A maior rede charter em Chicago, a Noble Network, anunciou recentemente que estava eliminando o “sem desculpas” porque é uma política racista, destinada a forçar as crianças negras a adotarem os valores da classe média branca.
b) As escolas charter não são mais responsáveis do que as escolas públicas. Na maioria dos estados, as associações de terceirizadas lutam contra qualquer esforço para impor responsabilidade ou transparência. Elas não querem ser auditadas por auditores independentes. A única vez em que eles são responsáveis é quando fecham as portas devido ao baixo índice de matrículas ou ao fracasso escolar abjeto.
c) As escolas charter não custam menos do que as escolas públicas. Eles normalmente exigem o mesmo financiamento público que as escolas públicas, embora as escolas públicas arquem com alguns de seus custos, como transporte, e [as terceirizadas] têm menos alunos com necessidades especiais do que as escolas públicas. Em alguns estados, como o Texas, as escolas charter recebem mais dinheiro público do que as escolas públicas.
d) As escolas charter são menos eficazes do que as escolas públicas. Aquelas que têm notas altas nos testes escolhem seus alunos e famílias com cuidado e expulsam aqueles que não querem. Em média, elas não superam as escolas públicas e gastam mais dinheiro em administração do que as escolas públicas. Em alguns estados, como Ohio, a maioria das escolas charter são classificadas com D ou F.”
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Luiz Carlos de Freitas - Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.