Vigias denunciam sobrecarga de trabalho em escolas com quadro insuficiente de servidores


De acordo com a secretária Adjunta de Funcionários de Escolas do Sintep-MT, Cida Cortêz, o governo do Estado vem precarizando sistematicamente as condições de trabalho nas escolas, em especial o segmento dos funcionários.

Publicado: 09/01/2023 16:24 | Última modificação: 09/01/2023 16:24

Escrito por: Assessoria/Sintep-MT.

Guilherme Leporace / Agência O Globo

Funcionários de escolas que atuam na função de vigilante em unidades da rede estadual de ensino estão tendo que lidar com a sobrecarga de trabalho em decorrência da falta de efetivo. Consta em uma denúncia enviada ao Sintep-MT, que, em escolas onde deveriam estar atuando no mínimo três vigias, há apenas um para atender a demanda. Além disso, trecho da denúncia enviada ao sindicato relata o aumento de vandalismo nas unidades de ensino. “Está uma situação muito difícil para nós, principalmente no período noturno com vândalos invadindo a escola e depredando; as vezes com intenção de fazer uso de entorpecentes”, disse.

De acordo com a secretária Adjunta de Funcionários de Escolas do Sintep-MT, Cida Cortêz, o governo do Estado vem precarizando sistematicamente as condições de trabalho nas escolas, em especial o segmento dos funcionários. “O governo vem reduzindo o quadro de pessoal a cada ano e no final do ano passado, o governador Mauro Mendes estabeleceu que não haverá mais contrato em substituição para os servidores em férias, ou que precisarem de licença médica ou especial. Isto faz com que os funcionários que estão na escola, os efetivos, fiquem extremamente sobrecarregados”, destacou. A sindicalista alerta ainda que essa demanda tem adoecido a categoria. “Temos percebido aumentar a incidência entre os trabalhadores da educação, de doenças como o Bournout, que é uma síndrome caracterizada pelo esgotamento físico e mental”, disse.

Em 31 de outubro do ano passado, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), emitiu um comunicado afirmando que o estado não faria o processo seletivo para cadastro de reserva da função de vigilante, sob o argumento de que o quadro de pessoal de efetivos está preenchido. Alegação essa rebatida pelo Sintep-MT.

Já nesta sexta-feira (06/01/23), a Diretoria Regional de Educação de Cuiabá (DRE), realizou uma reunião para comunicar a decisão da Seduc-MT em sucatear ainda mais a carreira, estabelecendo a redução de 3 para 2 vigilantes por unidade escolar. Atualmente eram 3 funcionários para fazer a segurança noturna das escolas e respeitando assim, a jornada de trabalho com as escalas. Conforme a secretária Adjunta de Funcionários do Sintep-MT, a orientação do sindicato é para que os vigilantes resistam a essa ordem e não peçam remoção.

“Não vamos coadunar com uma ordem que desrespeita a lei de carreira, a lei de gestão democrática. O Sindicato tem agendado audiência pública com o governo do Estado, onde este assunto é uma das pautas. Nós orientamos a todos que sofrerem algum tipo de assédio ou prejuízo, que encaminhe formalmente a denúncia ao sindicato para as providencias cabíveis”, disse a sindicalista.

O presidente do Sintep-MT, professor Valdeir Pereira, ressalta que o desmonte da educação e da carreira educacional no estado começa pela negativa do governo em realizar concurso público. “Nós defendemos a urgente realização de concurso público para preencher as vagas. Só iremos estancar os impasses referentes aos contratos e contratados, com o concurso público, que é também uma garantia para o trabalhador. Evitaremos desgastes, especialmente das equipes gestoras que ficam à mercê sem saber se haverá ou não servidores disponíveis para a proteção do patrimônio público e a garantia de sua integridade”, finalizou Valdeir.