Telhado de sala de aula desaba na EE Dez de Dezembro em Pedra Preta


Falta de investimento real sinaliza a precariedade da infraestrutura das escolas na gestão Mauro Mendes

Publicado: 05/08/2022 15:22 | Última modificação: 05/08/2022 15:22

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução

Estudar na Escola Estadual 10 de Dezembro, no município de Pedra Preta (242 km de Cuiabá-MT) é um risco para estudantes e profissionais da educação. Os problemas da infraestrutura, já conhecidos até mesmo pelo Ministério Público Estadual (MPE), registraram um episódio assustador dias antes do retorno das férias de julho. Parte do telhado de uma das salas de aula caiu. “Nossa sorte foi ter ocorrido no sábado, quando não temos aula”, destaca aliviado o diretor da unidade, Edivaldo Soares Vieira de Athaide.

Todo o telhado da unidade está condenado, apontam as vistorias técnicas, inclusive da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) e do Ministério Público Estadual (MPE). O episódio ocorrido no final de semana se deu, como resultado do reparo que estavam fazendo na sala vizinha. “O governo Mauro Mendes tenta solucionar a falta de condições com paliativos, o que é inconcebível. Essa tem sido a política de reformas de fachada da atual gestão”, afirma o diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, e funcionário na escola, Klebis Marciano.

Tesoura que susteta as vigas do telhado está rompida

Segundo relatos na escola, a unidade recebeu reforma no telhado em 2007. Na ocasião, a empresa que fez a obra reutilizou as madeiras do telhado antigo, e hoje toda a comunidade escolar sofre com o resultado da gambiarra. 

Desde de que assumiu a unidade o gestor atua para sanar o problema, que chegou ao conhecimento do MPE com realização de visita técnica na unidade. As intervenções necessárias foram relatadas e enviadas em documento (relatório 546/2020) pela promotoria, para serem encaminhadas pelo governo. Porém, a solução ainda não ocorreu, o que acabou por aumentar o risco para toda a comunidade escolar.

Relatórios de empresas, inclusive enviadas pela própria Seduc-MT, apontaram que o custo da reforma ficará em torno de R$ 1 milhão. “A Secretaria tem encaminhado verba de manutenção, mas os R$ 100 mil não são suficientes para sanar o problema”, relata o diretor da unidade.

Conforme o gestor, os recursos têm sido aplicados no conserto das janelas e portas, elencadas no relatório técnico do MPE. Contudo, ao mexer nelas, agravou ainda mais a estrutura do telhado. A esperança está numa ação mais contundente do MPE contra o governo, exigindo o conserto imediato. “Estamos fazendo o levantamento com orçamento de três empresas a pedido do MPE”, disse Edivaldo Athaide.

 

 

A Escola 10 de dezembro é uma unidade grande, a mais antiga do município com cerca de 800 estudantes, sendo 600 no prédio da sede, nos três turnos, e outros 180 em salas anexas. Com o perigo iminente a toda a comunidade escolar, o diretor foi obrigado a desalojar ambientes da escola para dar guarida aos estudantes, já que salas estão interditadas. Mesmo com o risco, a única preocupação da Diretoria Regional de Ensino no município é o cumprimento do calendário letivo. 

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