Sintep/Tangará divulga Carta Aberta apontando equívocos da prefeitura sobre a greve
Os profissionais da educação destacam tópicos que desmontam as falácias anunciadas pelo prefeito, e justificam a motivação dos educadores em paralisar as atividades por tempo indeterminado
Publicado: 08/06/2022 18:38 | Última modificação: 08/06/2022 18:38
Escrito por: Sintep/MT
A subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), em Tangará da Serra, divulgou ontem, terça-feira (07/06), uma Carta Aberta à sociedade. O objetivo é desmentir alegações equivocadas do prefeito Vander Masson, sobre a greve deflagrada pelos profissionais da educação da rede municipal. O movimento paredista iniciado dia 1º de junho, exige o fim do calote salarial, e cumprimento da Lei federal nº 11.738/2008, que trata sobre o reajuste do piso dos profissionais da educação em todo o país.
Os educadores da rede municipal destacaram na Carta Aberta, a indignação ao pronunciamento do prefeito quando este afirma, publicamente, que os profissionais da educação passaram o período de pandemia sem trabalhar. “Foi o período mais crítico para os professores que até hoje sofrem os reflexos das tarefas duplicadas como gravação de vídeo aulas e atendimento à alunos fora de horário apropriado. É uma afirmação de desconhecimento do processo, além de imprimir desvalorização aos profissionais”, destaca a presidente da subsede do Sintep/Tangará da Serra, Francisca Alda.
Nos pontos que seguem, o documento alerta à sociedade que, as citações do prefeito quanto a correções realizadas em períodos anteriores à data base, não contemplam a determinação da lei, em 2022. “O piso salarial nacional teve reajuste no valor, indo para R$ 3.845,63, e mesmo com todos os repasses alegados pelo executivo, os educadores de Tangará da Serra estão recebendo abaixo do valor do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN)”, afirma a dirigente.
Outro ponto destacado pelos profissionais da educação de Tangará da Serra, trata dos 70% investidos na valorização profissional. “O prefeito vem aplicando nos últimos dois anos percentuais inferiores. Em 2022, por exemplo, só investiu 47,58%. Ao contrário do que alega, o sindicato tem feito estudo da folha e da legislação. O que nos assegura dizer que os investimentos do município com a folha estão abaixo do que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal”, relata a presidente.
A Carta inclui ainda uma tabela que revela de forma transparente os reajustes do PSPN desde 2008 até 2022. Paralelamente, revela o quanto a prefeitura tem pago, mostrando a defasagem do que estabelece a lei e os valores pagos pela Prefeitura. “Estamos com mais de 59% de perdas em relação ao valor do piso salarial nacional”, denuncia.
A greve na rede municipal continuará até que a categoria decida em Assembleia Geral outro encaminhamento. O enfrentamento continua, apesar das ameaças, da judicialização da greve, e de declarações falaciosas da administração para a mídia local. “Nossa luta é pelas negociações e cumprimento da legislação. Nos manteremos firmes nessa pauta”, concluiu a presidente Francisca Alda.