Sintep-MT integra mobilização nacional contra a reforma administrativa


Delegação do Sintep-MT e CUT-MT participa de ato em Brasília contra a PEC 038/2025, apontada como ataque aos servidores e à população.

Publicado: 29/10/2025 17:50 | Última modificação: 29/10/2025 17:50

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Rafael Heleodoro

A delegação mato-grossense formada por trabalhadores da educação ligados ao Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) e servidores públicos convocados pela CUT-MT está em Brasília nesta quarta-feira (29/10). Juntos participam da Marcha Nacional contra a PEC 038/2025, da Reforma Administrativa, um ataque direto aos servidores e aos serviços públicos do país.

O presidente do Sintep-MT e da CUT-MT, professor Henrique Lopes, destaca que, como servidor público e sindicalista, defender o serviço público é defender a democracia, a educação e os direitos sociais. “Cada servidor e servidora aqui representa a voz de milhões que lutam por um Estado forte, inclusivo e a serviço da população, não do mercado”, disse.

Luiz Benitt
Presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, com delegação do Sintep-MT/CUT-MT na Marcha Nacional contra a Reforma Administrativa

Em Mato Grosso, a manifestação contra a Reforma Administrativa foi aberta segunda-feira (27/10), quando parte do funcionalismo, vinculado ao governo estadual, também cobrou o fim da Reforma da Previdência e ainda o pagamento do percentual de 19,52% devido pela gestão de Mauro Mendes.

Apesar da expressiva participação nos atos estadual e nacional, o processo de desinformação diante das políticas de desmonte de direitos precisa ser massificado. O professor Joaquim Ventura, que atua diariamente em sala de aula, observa que poucos profissionais estão atentos às mudanças trazidas pelas reformas, em especial a Reforma Administrativa, que impactará diretamente na carreira e nos direitos dos trabalhadores.

Luiz Benitt
Delegação de Mato Grosso soma aos milhares de servidores contra a Reforma Administrativa, neste 29/10 

Os prejuízos da Reforma Administrativa preocupam também as redes municipais de ensino. O dirigente da subsede do Sintep/Nova Monte Verde, José Vieira, alerta que as mudanças afetarão diretamente os municípios:

“A população mais pobre será a mais prejudicada, e isso vai gerar um grande desgaste social. É uma falta de respeito e consideração com toda a população — não só do meu município, mas de todo o estado de Mato Grosso e do Brasil inteiro”, ressaltou.

Para outro educador, Jheury Egezileu de Souza, é fundamental intensificar a luta contra o atual Congresso Nacional, que atua contra os interesses populares.

“Defendemos o fortalecimento e a valorização do serviço público. Ele é essencial: garante autonomia, gestão ampla, integral e inclusiva para toda a população. O que precisamos é de melhoria e ampliação — e nunca do seu fim”, destacou.

  Sintep-MT/Edevaldo José
"Cada servidor/a presente no ato representa voz de milhões que lutam por um Estado forte" - Henrique Lopes

 Maria (nome fictício), profissional da infraestrutura escolar e servidora concursada desde 2013 na rede estadual, relata a precarização crescente da carreira e o retrocesso das conquistas históricas:

“Não temos mais concursos. Muitos são contratados temporariamente e não se sentem servidores públicos de verdade. Esse é um projeto para tirar direitos já conquistados. Tudo isso é para abrir caminho à terceirização, para que meia dúzia de empresários lucrem”, criticou.

Sintep-MT/Rafael Heleodoro
Manifestação cobrou dos parlamentares a retirada imediata do texto apresentado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).

O dirigente do Sintep-MT em Comodoro, Fernando Araújo, também rechaça a proposta de reforma.

“É um absurdo que um estado tão rico quanto Mato Grosso, que a cada ano ultrapassa suas metas e arrecada mais de R$ 40 bilhões, ainda queira retirar direitos dos servidores. A luta nas bases é sempre difícil, mas todos sentem o impacto da defasagem salarial e de outras políticas do governo — como a diminuição do quadro de servidores, o aumento da carga horária e o fim da jornada única. Tudo isso, a curto e médio prazo, trará um impacto quase irreversível. Por isso, não podemos deixar que isso aconteça”, concluiu.

*atualizada