Sintep-MT realiza agenda de lutas que cobra a derrubada do confisco
Aposentados da educação fazem novo enfrentamento na ALMT contra o confisco que mina a renda e a qualidade de vida
Publicado: 11/11/2024 16:39 | Última modificação: 11/11/2024 16:39
Escrito por: Roseli Riechelmann
Os aposentados e aposentadas da educação da rede estadual participam nesta segunda-feira (11/11), em Cuiabá, da mobilização convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), contra o confisco das aposentadorias e pensões. A atividade, realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, dá continuidade à agenda de lutas sindicais e fortalecer a mobilização nacional
Na parte da manhã, um grupo de aposentados e aposentadas realizou uma panfletagem junto aos visitantes da Assembleia, onde distribuíram material explicativo e esclareceram o que significa o confisco das aposentadorias e quais os impactos sobre a previdência.. À tarde, continuaram o corpo a corpo com os visitantes da Casa de Leis, fortalecendo a luta coletiva.
O panfleto entregue faz um breve relato sobre a política do governo Mauro Mendes em relação à renda dos servidores aposentados. O chamado “confisco” é, na verdade, uma taxação imposta sobre os salários desde 2020. Naquele ano, o governo passou a taxar a renda daqueles que já haviam contribuído por toda a vida profissional. A categoria da educação foi uma das mais afetadas, pois está entre os menores salários do executivo estadual.
“A luta do Sintep-MT é contra essa injustiça, que empobreceu os aposentados e aposentadas com uma medida que só atende aos interesses políticos e econômicos do grupo no poder, desconsiderando os direitos coletivos e sociais. Já foi evidenciada a falácia do rombo na previdência de Mato Grosso. Temos que sensibilizar os parlamentares para barrar essa perversidade contra os aposentados”, destaca o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.
Lina Santana, professora aposentada há oito anos em Chapada dos Guimarães, viu sua remuneração ser reduzida com a taxação de 14% sobre sua renda. “Lutamos pela 510/2013, que melhorou nosso salário, para, em seguida, ver nosso poder de compra ser diminuído e a qualidade de vida dos educadores, prejudicada”, comenta.
Nara Faria da Silva e sua irmã, Yasmin Faria da Silva, ambas professoras aposentadas em Cuiabá, estão na luta para reverter as perdas causadas pelo confisco. Militantes desde 1980, elas acreditam que a luta coletiva é o único caminho para combater ataques aos direitos dos trabalhadores. “Estamos vivendo novamente um período de ataques aos direitos, que só a união consegue reverter”, diz Yasmin.
Luzia de Castro, professora aposentada em Rondonópolis, também enfrenta perdas significativas. “Hoje não tenho mais plano de saúde, estou vendendo uma casa para fazer caixa e cancelei as férias de fim de ano, quando sempre viajava”, relata, descrevendo o impacto sobre sua qualidade de vida.
Além de reduzir parte dos salários dos aposentados, o arrocho afetou a valorização das aposentadorias, principalmente com a perda da paridade em relação aos ativos. A política de Gratificação por Resultados (GR) do governo Mauro Mendes precariza os ganhos reais dos trabalhadores da ativa e não repercute na aposentadoria.
“Nosso enfrentamento não é apenas para corrigir as perdas dos aposentados, mas contra um desmonte que afeta todos os trabalhadores da educação, especialmente os ativos. A GR não valoriza os salários nem traz benefícios para a aposentadoria desses profissionais”, conclui a secretária de Seguridade Social do Sintep-MT, Angelina de Oliveira Costa.