Sintep-MT move ação de danos morais do professor demitido por exibir o filme 'A Guerra do Fogo"


Para o Sintep-MT a demissão do professor foi um ataque à liberdade de cátedra

Publicado: 29/11/2023 11:45 | Última modificação: 29/11/2023 11:45

Escrito por: Roseli Riechelmann

REPRODUÇÃO

A subsede de Jauru do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) anunciou o ingresso de uma ação por danos morais em favor de um professor de sociologia, que foi demitido sumariamente sob acusações caluniosas relacionadas à exibição de um filme considerado inadequado. O sindicato justifica a medida como uma defesa do direito à liberdade de cátedra, fundamentada nas práticas curriculares nacionais.

Reprodução
Capa do filme que foi considerado inapropriado pela Seduc-MT para ser exibido a estudantes do Ensino Médio  

Valdeir Pereira, presidente do Sintep-MT, lamentou a posição da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), diante da resposta à nota pública, oficializada pelo Sintep-MT ao órgão. Conforme o dirigente, a Secretaria cuja função é a promoção da qualidade educacional, parece priorizar os interesses de grupos reacionários e ultraconservadores em detrimento do aprendizado dos estudantes.

Na resposta à Nota Pública emitida pelo Sintep-MT, a Seduc-MT fica evidenciado que há interferência de interesses externos nas decisões do órgão. A secretaria, ao justificar sua postura, ressaltou que sua responsabilidade é priorizar o interesse público, sem, no entanto, especificar a quem se refere como público e quais critérios pedagógicos foram confrontados na decisão de demissão do professor, privando-o do direito ao contraditório. A presidente da subsede do Sintep/Jauru, Eurides Ramos, classificou o episódio como um "modelo caça às bruxas com direito à fogueira".

Reprodução
O filme A Guerra do Fogo é recomendado no sistema estruturado pela Secretaria de Estado de Educação do Paraná

A controvérsia ganhou destaque nacional após um grupo de pais considerar as cenas do filme "A Guerra do Fogo", exibido durante uma aula de sociologia, como pornográficas. O filme já foi utilizado por outros professores em anos anteriores na mesma escola - Escola Estadual João Evaristo Curvo (Djec). Faz parte do currículo de diversas unidades, inclusive inserido no programa de ensino das escolas públicas do Paraná, e também é utilizado em instituições privadas, como uma referência educacional. Além disso, possui classificação indicativa de 14 anos, correspondendo à faixa etária dos alunos do 1º ano do Ensino Médio.