Sintep-MT fortalece o coletivo LGBTQIA+ com foco no respeito à diversidade


Dia 17 de maio dia Internacional de Combate a LGBTfobia deve ser comemorado com foco na garantia do direito humano a todas, todos e todes

Publicado: 16/05/2023 17:24 | Última modificação: 16/05/2023 17:24

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) comemora o dia 17 de maio, Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, com ações de promoção em defesa e respeito à diversidade de gênero e sexual, intensificando a formação dos coletivos LGBTQIA+ nos municípios. A organização desses espaços de debate tem sido orientada com o objetivo de enfrentar e acabar com o preconceito, além de assegurar o direito à vida de todos e todas que fogem ao padrão heteronormativo.

A luta por igualdade, no Brasil, tem como marco fundamental no calendário oficial o ano de 2010. Na ocasião, um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atendeu a uma reivindicação histórica do movimento social de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). A legislação foi conquistada após vinte anos (1990) de em que a homossexualidade deixou de ser tratada como doença mental, na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados a Saúde (CID), da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O coletivo LGBTQIA+ do Sintep-MT está em construção de medidas que assegurem nas escolas um espaço nulo de preconceitos, em que a comunidade escolar possa assegurar o tratamento respeitoso, ético e conforme a identidade de gênero de estudantes transexuais e travesti. “Nossa meta é que a escola esteja protegida contra a LGBTfobia e possa promover um futuro digno para todos, todas e todes estudantes”, destaca o membro do coletivo do Sintep-MT, Klebis Marciano.

Reprodução
Integrantes do coletivo LGBTQIA+ do Sintep-MT, os dirigentes Klebis Marciano e Leliane Borges

Atualmente, conforme estatísticas nacionais, 60,2% dos estudantes se sentem inseguros no espaço escolar por causa da sua orientação sexual. Dados nacionais revelam, ainda, que 82% das pessoas travestis e transexuais foram impedidas de estudar devido a preconceito e violência.

A representante dos coletivos do Sintep-MT, da Central Única dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso (CUT-MT) e também integrante do coletivo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), professora Leliane Borges, muito se questiona sobre como trabalha a diversidade de gênero e sexual na escola. Contudo, o que defende é o respeito, inclusive a não manifestação sobre a sexualidade. “Ficar no armário é uma opção que deve ser respeitada”, destaca.

Cartaz da CNTE, em alusão ao Dia Internacinal de Combate a LGBTfobia deixa explicito a retomada do debate aos direitos LBGTQIA+

A dirigente menciona os quatro anos da gestão Bolsonaro, não apenas pelas perdas das conquistas das pessoas LGBTQIA+, mas pelo aumento do fascismo, que promoveu a violência e o terror sobre a população LGBTQUIA+. Leliane comemora ainda a retomada pelo atual governo democrático, da formação do Conselho Nacional da Pessoa LGBTQIA+, um espaço para acompanhar e propor ações em prol das pessoas LGBTQIA +.

“Só teremos um país democrático, de fato, quando todas as pessoas que vivem nele, sejam pessoas sujeitas a direitos. Passados os quatro anos de falta de respeito, precisamos exercitar a frase "ninguém larga a mão de ninguém”, e assim assegurar o direito de ir e vir de todos. Não podemos permitir que assassinatos por ódio e homofobia, como o do professor paranaense Lindolfo Kosmaski, símbolo da luta contra a homofobia, voltem a ocorrer”, afirmou.

O professor Lindolfo era integrante do Movimento dos Sem Terra no Paraná. Era uma liderança na luta e resistência e foi assassinado por um ex-companheiro, no dia 1º de maio de 2021, motivado por ódio e homofobia.