Sintep-MT enfatiza o direito ao acesso a exames para tratamento precoce


O diagnóstico precoce do Câncer de Mama aponta até 95% de chances de cura

Publicado: 06/10/2023 18:48 | Última modificação: 06/10/2023 18:48

Escrito por: Roseli Riechelmann

REPRODUÇÃO/Ricardo Lima

O coletivo de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) está lançando uma campanha no mês do Outubro Rosa de 2024 em defesa da assistência de saúde para mulheres que dependem do sistema público de saúde para exames preventivos e tratamento contra o câncer de mama.

A vice-presidente do Sintep-MT, Leliane Borges, destaca que apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) ser uma referência mundial em assistência à saúde pública, ele tem sido constantemente afetado por políticas governamentais, como a Emenda Constitucional nº 95 (Teto de Gastos) e outras, que historicamente comprometem a qualidade do atendimento à população.

Sintep-MT
Vice-presidente do Sintep-MT, Leliane Borges

Segundo a dirigente, é importante garantir que os serviços de saúde pública funcionem adequadamente, com ênfase na prevenção. “Isso inclui assegurar a presença de profissionais ginecologistas nas unidades básicas de saúde e garantir a realização de exames preventivos (como os de sangue, Papanicolau e mamografias) de forma oportuna para a detecção e tratamento precoce do câncer”, destaca.

De acordo com dados divulgados pelo MTMama, com fundamento no Data SUS (Departamento de Informática do SUS), 38% dos diagnósticos de câncer de mama, em fevereiro de 2023, foram feitos em estágio avançado da doença. Uma realidade que contraria a política de tratamento, a qual o diagnóstico precoce aumenta em 95% a chance de cura. 

O coletivo de Mulheres do Sintep-MT enfatiza que muitas mulheres deixam de fazer o autoexame regularmente e, pior ainda, não realizam consultas anuais ao ginecologista. Embora o autoexame seja importante, nódulos detectados pelo toque já podem não estar mais em estágios iniciais. “Todas as mulheres têm a responsabilidade de fazer consultas periódicas ao ginecologista, e o sistema de Saúde Pública deve garantir o acesso a exames dentro de prazos mínimos de atendimento, o que não tem ocorrido como deveria”, afirma Leliane.

O Sindicato de Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso acredita que as escolas e a educação têm um papel fundamental em informar não apenas sobre a doença em si, mas também sobre os cuidados que as adolescentes e jovens devem ter com sua saúde.

“A escola deve orientar as adolescentes e jovens sobre o direito das mulheres ao acesso a exames preventivos e informar sobre os órgãos de denúncia caso o atendimento não seja adequado”, destaca a dirigente, lembrando a existência da ouvidoria do SUS em Mato Grosso, a Defensoria Pública e o Ministério Público Estadual como canais para denunciar e garantir o atendimento adequado.