Sintep-MT cobra fiscalização efetiva das obras escolares entregues pelo governo
Escola Estadual recém-inaugurada em Cuiabá apresenta infiltrações e falhas estruturais, que colocam em dúvida a execução do projeto.
Publicado: 21/11/2025 11:52 | Última modificação: 21/11/2025 11:52
Escrito por: Roseli Riechelmann
A Escola Estadual Raimundo Pinheiro, em Cuiabá, inaugurada em 7 de novembro, registrou graves problemas de execução da reforma, de R$ 8,8 milhões, 15 dias depois da entrega. Vários espaços foram alagados com as primeiras chuvas da temporada. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram salas com teto jorrando água, telhados com problemas e dificuldade de escoamento no pátio.
A obra integra o pacote de investimentos do governo estadual em “melhorias” das escolas públicas de Mato Grosso. As imagens e comentários da comunidade escolar que circularam nas redes sociais, contrariam a propaganda do governo nos veículos de comunicação.
Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes, a sociedade mato-grossense já está bastante estressada com a situação do trânsito e do ciclo de “constrói e desconstrói”, e questiona se terão que viver isso também nas escolas.
“O mínimo que se espera é que a estrutura das escolas assegure aos nossos filhos proteção contra chuvas e tempestades. É inadmissível olhar para uma escola recém-reformada e constatar que está chovendo mais dentro do que fora”, criticou.
De acordo com dados da própria Secretaria de Estado de Educação, o governo reformou, desde 2019, 60 unidades escolares. O planejamento prevê ainda outras 120 reformas de escolas somente no último ano de mandato, com custo estimado de R$ 268 milhões aos cofres públicos. Se concretizadas representarão cerca de 30% dos prédios escolares estaduais.
Para o Sintep-MT, é imprescindível que os órgãos de controle e fiscalização avaliem os custos dessas obras, as empresas responsáveis e os projetos apresentados, dando uma resposta clara à sociedade. “Afinal, é dinheiro público utilizado em reformas amplamente divulgadas nas propagandas do governo, nas quais se exalta a qualidade. A própria natureza está comprovando que não é bem assim do ponto de vista da infraestrutura escolar em Mato Grosso”, pontuou Henrique.
O sindicato reforça que são necessárias investigações e apurações rigorosas para evitar que a pressa do governo em inaugurar uma série de obras seja vinculada a interesses eleitorais.
