Sintep-MT cobra audiência com o governo Mauro Mendes em mobilização no Paiaguás


Mesmo na ausência do governador do estado e do chefe da Casa Civil os dirigentes destacaram em transmissão ao vivo, as cobranças para negociação das pautas prioritárias

Publicado: 11/06/2024 19:12 | Última modificação: 11/06/2024 19:12

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT/Jadson Oliveira
Após mais uma tentativa de diálogo sindicalistas encerram atividade na manhã do primeiro dia da agenda sindical

O Sintep-MT (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso) faz mais uma tentativa de buscar o diálogo com o governo sobre as pautas prioritárias dos profissionais da educação. O presidente da entidade e dirigentes estaduais e municipais do sindicato estiveram durante a manhã desta terça-feira (11) no Palácio Paiaguás, sede do governo de Mato Grosso, para ouvir respostas aos ofícios protocolados com as reivindicações. A ausência do governador Mauro Mendes e do Chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, não inviabilizou as cobranças.

No Palácio Paiaguás, os dirigentes aproveitaram o momento para apresentar, durante uma transmissão de vídeo pelo facebook do Sintep-MT, as contradições nas políticas de educação do governo, e pontuar os prejuízos que as medidas promovem nas escolas e na vida dos trabalhadores ativos e aposentados.

Há quase dois meses a defesa por valorização salarial, com ganho real; Concurso Público para todos os cargos da carreira; e, o fim do confisco das aposentadorias, são temas que estão insistentemente sendo cobrados pelo Sintep-MT para uma mesa de negociação. Contudo, sem efeito, já que o governador e seu staff se negam a atender o sindicato.

Ao dialogar com a categoria durante a transmissão, o presidente da entidade, Valdeir Pereira, fez questionamentos aos dirigentes sindicais presentes, sobre os impactos que os profissionais têm sofrido nas escolas, os prejuízos para a aprendizagem e os danos trazidos à carreira do educador, além do descaso com os aposentados e pensionistas, que sofrem com confisco dos salários.

Desmonte

O dirigente da subsede de Alto Araguaia, Mauricio Furtano Borges, fez um apelo aos profissionais da educação para o enfrentamento. “Precisamos nos manter unidos, caso contrário a catraca sempre estará fechada para nós”, numa referência à limitação do acesso que tiveram no Palácio Paiaguás.

Sintep-MT/Jadson Oliveira
Dirigentes do Sintep-MT levaram cartazes manifestando o desmonte realizado pelo governo de Mato Grosso

Representante do município de Rondonópolis, a professora Valdenice Gabriel da Costa, cobrou respeito à categoria. “Exigimos respostas oficiais do executivo. É preciso que o governador receba nossos representantes ou ao menos responda aos ofícios. É assustador”, ressalta, diante do descaso que os profissionais estão vivenciando desde 2019, com graves repercussões nas escolas.

Também dirigente, de Barão de Melgaço, Antônio Carlos de Amorim, destacou a postura narcisista do governador Mauro Mendes, que não ouve os trabalhadores. “É um governo que está aí, para poucos”, ressaltou. Aposentado da rede estadual, o professor destacou ainda, os impactos que o confisco das aposentadorias está trazendo para a sobrevivência. “Recebo 60% daquilo que deveria ser meu salário”, disse.  

Ainda durante a transmissão, o dirigente estadual da regional Sul I, Serra da Petrovina, Bartolomeu Basili Belmonte, ressalta que as medidas adotadas pela atual gestão acarretam o empobrecimento do conjunto dos trabalhadores. Conforme o dirigente, é histórica as dificuldades de negociação entre o sindicato e governos, contudo, “esse em especial, tem uma postura estarrecedora, pois sequer recebe o sindicato, não há diálogo”. 

O presidente apresentou um questionamento significativo sobre a questão do peso do funcionalismo no orçamento público. Valdeir buscou a avaliação do secretário de Finanças do Sintep-MT, Orlando Francisco, sobre o argumento de que os servidores efetivos oneram o estado. Perguntou se o excesso de contratos precarizados e subempregos, como é o caso de funções exercidas nas escolas, onde trabalhadores terceirizados recebem menos que o salário mínimo, não seriam responsáveis pelos gastos excessivos com empresas contratadas.  

Mobilização sindical esteve na Seplag-MT no período da tarde, na tentativa de dialogar com o secretário da pasta da Gestão do estado

“Essa é uma máxima já trazida em outros governos que buscavam desossar o “elefante”, como consideravam o funcionalismo. É preciso lembrar que a ausência de novos servidores compromete o fundo previdenciário, sem contar a descontinuidade das políticas públicas, já que os trabalhadores são flutuantes. Quem está sendo desossado com essas práticas é o Estado”, destacou Orlando Francisco.

As ações de cobrança do Sintep-MT continuam durante todo o mês nos órgãos do governo. Em busca de encaminhamento para respostas aos profissionais da educação, que preparam um acampamento estadual, entre 15 a 19 de julho, na capital.