Sintep-MT atualiza a pauta do Coletivo LGBTQIA+ em encontro nacional


Movimento faz as defesas e ações de vanguarda para avançar em direitos das pessoas LGBTQIA+ na educação pública

Publicado: 24/04/2023 19:10 | Última modificação: 24/04/2023 19:10

Escrito por: Roseli Riechelmann/CNTE

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Após uma lacuna de dois anos sem encontros presenciais, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) participaram no último final de semana (22 e 23/04), em Fortaleza (CE), da primeira reunião de 2023 do coletivo LGBTQIA+, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Em pauta direitos LGBTQIA+ no âmbito educacional.

A vice-presidente do Sintep-MT, Leliane Borges, e o secretário de Funcionários, Klebis Marciano, integraram o coletivo nacional e participaram do encontro. Os dirigentes destacam a importância do debate para recuperar as perdas trazidas pela pandemia, que inviabilizaram ações de enfrentamento às medidas de retrocesso, assim como, a resistência à mentalidade político social apresentada nos quatro anos do governo Bolsonaro.

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Vice-presidente do Sintep-MT, Leliane Borges, e o secretário de Funcionários, Klebis Marciano, integram o coletivo nacional LGBTQIA+

Segundo Klebis Marciano, o encontro do coletivo nacional fez uma radiografia dos prejuízos trazidos ao movimento LGBTQIA na educação.  “Tivemos corte na legislação. Existem registros de ações como a retirada de todos os textos oficiais da palavra gênero. A situação foi tão absurda que chegaram a cortar o termo gênero, quando em referência a alimentos”, relata o dirigente.  

Com a presença de 40 representantes de 17 sindicatos da educação de 14 estados, a atividade contou com ações de formação e trocas de experiências. “Tivemos uma radiografia dos desafios em cada estado. Alguns avançaram e outros, como é o caso de Mato Grosso", ressalta Klebis Marciano.

Leia mais: Encontro do Coletivo LGBTQI+ da CNTE define mobilizações para 17 de maio no Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia

A vice-presidente do Sintep-MT, Leliane Borges, tem como meta de enfrentamento o fortalecimento do coletivo LGBTQIA+ do Sintep-MT. “Precisamos ampliar as participações do coletivo com organização de representantes nas subsedes para que participem e debatam sobre a condição do LGBTQIA+ nas escolas”, destaca.

Seguindo um calendário nacional, o Sintep-MT organiza as ações no estado para ações em datas de relevância à discussão dos aspectos ligados ao gênero, orientação sexual e identidade junto à classe trabalhadora para avançar na inclusão. Uma delas será as mobilizações para 17 de maio no Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia.

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Coletivo Nacional LGBTQIA+ CNTE  no encerramento das atividades

Durante o evento da CNTE foi feita uma homenagem ao professor, educador, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e integrante do Coletivo LGBTQIA+ da CNTE, Lindolfo Kosmaski, assassinado de forma brutal no dia 1º de maio de 2021.

O secretário de Direitos Humanos da CNTE, Christovam de Mendonça Filho, destacou o debate como fundamental para mudar a realidade no país. A CNTE apresentou dados com base em estudos realizados pela startup Todxs, em que revela que sete em cada dez pessoas LGBTQIA+ têm medo de se declararem como LGBTQI+ durante a vida escolar no país por causa do bullying. 

No caso de travestis e transexuais, o desrespeito é ainda maior. Um levantamento do jornal Estadão mostrou que essa população correspondia a apenas 0,1% das matrículas em universidades federais do país. 

“Nossa atividade mostrou que a CNTE tem sido um importante instrumento para motivar, apontar e construir possibilidades. As experiências exitosas apresentadas pelas entidades nos fizeram sair revigorados e cheios de forças para continuar nosso trabalho com nossas bases”, disse. (com colaboração da CNTE)