Sintep-MT alerta para meritocracia de gestores criada pelo governo na educação estadual


Depois de descumprir os dez anos da política da dobra do poder de compra, governo Mauro Mendes oferece premiação para os professores que apresentem resultados, nos próximos dez anos.

Publicado: 29/03/2023 15:04 | Última modificação: 29/03/2023 15:04

Escrito por: Roseli Riechelmann

Latuff/Sintep-MT

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) aponta que a convenção realizada pelo Secretaria de Estado de Educação, que ocorreu no resort de luxo Malai Manso, foi uma projeção da política meritocrática implementada pelo governo aos trabalhadores da educação, que estão em funções nas Diretorias Regionais de Ensino (DRE’s) e diretores escolares. 

Uma das participantes da atividade destacou que o gasto feito pelo governo, deve ser uma preocupação, em especial, do Ministério Público Estadual e Federal. Contudo, aos profissionais deveria ficar o alerta sobre a armadilha criada para intensificar o marketing da gestão da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, que, “se esforçou para reafirmar o sucesso dos produtos ofertados aos estudantes”, disse.

Sintep-MT/Francisco Alves
Presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, reafirma que valorização profissional deve ser luta coletiva da categoria

Para o Sintep-MT, o governo Mauro Mendes está aplicando a velha máxima do “Pão e Circo". Na tentativa de iludir parte dos profissionais da educação, sobre as boas intenções na gestão da Educação Pública estadual, tira o foco dos débitos com a educação e com os outros 40 mil educadores, que vivenciam o achatamento salarial. “Com argumento de corrigir uma distorção salarial no cargo de diretor de escola, ignorou o arrocho salarial dos demais trabalhadores da educação e que até o presente momento aguardamos o início dos trabalhos que visa discutir uma política de valorização para todos os trabalhadores da Educação”, lembra o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira. 

O presidente do Sintep-MT lembra que em 2023 seria concluída a lei da dobra do poder de compra (LC 510/2013), projetada para dez anos (2013-2023), afim de igualar os salários iniciais com a demais carreiras do executivo, com mesmo nível de formação. Por meio dela os profissionais da educação teriam uma correção histórica na defasagem salarial, até mesmo os diretores de escolas. Ao invés dela, o governo Mauro Mendes tenta vender uma proposta de Educação para mais 10 anos. “Mas a que custo a educação e os educadores de Mato Grosso chegarão entre as melhores colocações do Brasil na próxima década?”, questiona Valdeir Pereira

Sintep-MT
Lei  nº501/2013  de Mato Grosso foi precursora da Meta 17 do Plano Nacional de Educação 

Para o Sintep-MT, a política de educação para a próxima década ignora a sobrecarga de trabalho dos profissionais da educação (Professores, Técnicos e Apoio); o processo de atribuição de turmas  “inovador” sem nenhum tipo de controle social e transparência, que deixam estudantes sem professores; redimensionamento que transfere responsabilidades para as redes municipais, sem que tenha condições de assumi-las, prejudicando pagamento de salários e atendimento da Educação Infantil; instabilidade e incertezas para o futuro da carreira dos professores pedagogos.

“O governo Mauro Mendes desmontou a Lei de Gestão Democrática, que estabelece, além da escolha dos diretores pela comunidade escolar, o projeto político pedagógico a partir da realidade de cada escola. Ao invés disso, quer implantar uma política de mérito com premiações para diretores de unidades escolares, com distribuição de prêmios, como se os resultados educacionais não contassem com a atuação daqueles diretamente envolvido no processo de ensino aprendizagem. Com sua cortina de fumaça, projeta a doce ilusão aos profissionais da educação de que, receber “bonificações” via 13º e 14º salário, é melhor do que a valorização profissional com o cumprimento da lei da dobra do poder de compra, para todos e todas”, conclui Valdeir Pereira.