Sintep-MT afirma que flexibilização de jornada é armadilha para a carreira do docente


A Lei Complementar 761/2023 rompe com a jornada única de 30 horas, compromete a valorização e conquistas profissionais da educação

Publicado: 22/10/2024 11:28 | Última modificação: 22/10/2024 11:28

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT
Lei Orgânica dos Profissionais da Educação Básica de Mato Grosso, construida coletivamente, está sendo desrespeitada pela política impositiva do governo do estado

Os professores efetivos das escolas estaduais de Mato Grosso começam a ser questionados pelos secretários das escolas sobre qual jornada de trabalho querem adotar em 2025. Diante dessa convocação das unidades escolares, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep-MT) reafirma a categoria a defesa da jornada de 30 horas semanais como condição para preservar a saúde física e mental dos profissionais. 

O tempo de serviço é um dos pilares da carreira dos profissionais da educação, que tem ainda concurso público, política de valorização salarial com ganho real, e 1/3 de hora-atividade respeitada. No entanto, esses pilares estão ameaçados também pela Lei Complementar nº 761/2023, do governo Mauro Mendes. A nova legislação flexibiliza a jornada de trabalho, permitindo que os docentes optem por ampliar (40 horas) ou reduzir (20 horas) seu tempo de serviço, o que, segundo o Sintep-MT, representa mais um ataque à carreira dos trabalhadores da educação.

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Apesar dos alertas feitos pelo Sindicato, há profissionais que optam pela ampliação da jornada, na ilusão de que as 40 horas agregarão melhorias na remuneração. O aumento ou a redução de jornada dentro do pagamento da proporcionalidade salarial, hoje implementado no estado, é destacada pelo Sindicato, como: arrocho salarial e desvalorização da carreira.

Conforme a secretária de Assuntos Jurídicos e Legislativos do Sintep-MT, María Oliveirah, o Sintep-MT reafirma sua defesa pela jornada única de 30 horas semanais, conforme a lei de carreira (050/1998). “Optar pelo estabelecido na lei complementar do governo, é ajudar a desmontar a carreira. Mas aí é decisão pessoal de cada um”, concluiu.