Escola Estadual em Mimoso tem prejuízos por falta de vigia


O corte de contratações dos profissionais vigias para as escolas estaduais tem gerado danos ao patrimônio público e gastos extras

Publicado: 07/11/2023 17:45 | Última modificação: 07/11/2023 17:45

Escrito por: Roseli Riechelmann

REPRODUÇÃO
Escola Estadual Santa Claudina no distrito de Mimoso- Santo Antônio de Leverger

No último feriado prolongado, de finados, mais uma escola estadual foi vítima de furto. A gestão da Escola Estadual Santa Claudina, no distrito de Mimoso, em Santo Antônio de Leverger (Baixada Cuiabana) encerrou as atividades às 22h, no dia 1 de novembro. A data deu início a quatro dias de recesso aos estudantes e educadores, na emenda com sábado e domingo.  Contudo, por volta das 23 horas, segundo estimativa, pessoas entraram na unidade, e levaram equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos e mantimentos da cozinha.

O relato foi feito pelo presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, (Sintep-MT), em Santo Antônio de Leverger, Kalmon da Silva Oliveira. Conforme o dirigente, não houve vítimas, mas os equipamentos roubados, como três computadores, além do prejuízo material, reúnem perdas significativas, como armazenamento de dados. Também foram furtados dois fogões elétricos e mantimentos da despensa escolar.

Os assaltos em escolas estaduais têm sido recorrentes em todo Mato Grosso, com maior indício nas regiões com maior concentração populacional, como Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis.  Mas as áreas do campo ou afastadas dos grandes centros não estão imunes, como o caso do distrito de Mimoso (57 km de Santo Antônio de Leverger).

O registro de furtos e roubos a escolas estaduais se agravaram desde de que os profissionais vigias foram distratados pelo governo Mauro Mendes, em dezembro de 2022. Na ocasião, todas as unidades estaduais que tinham três vigias, ficaram com as escalas de domingo a domingo comprometidas. Com contratos desfeitos, restaram apenas os vigias efetivos, em número insuficiente para atender a demanda de trabalho semanal.  

A proposta do governo era implementar o monitoramento eletrônico, com aquisição de câmeras para todas as unidades, e com vigilância realizada de forma centralizada pela Segurança Pública.  

Na avaliação dos profissionais vigias, as câmeras instaladas, quando funcionam, são de excelente ajuda para o trabalho. Porém, são insuficientes para inibir a presença de vândalos ou bandidos, sem a presença de um profissional para coibir as tentativas de invasão. As câmeras são úteis para impedir que o estrago seja feito”, acredita o dirigente sindical.

Na EE Santa Claudina, infelizmente, não haviam câmeras sequer para revelar indícios dos prováveis ladrões. “Instalamos agora, mas ainda continuamos sem vigias, e as pessoas responsáveis pelo roubo, sabem da vulnerabilidade da escola”, relata Kalmon da Silva.

A defesa de vigias nas escolas é uma defesa do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), tanto que a função está inserida na Lei da Carreira da Educação (nº 050/1998). Em 2019, quando foram prorrogadas as convocações dos concursados do certame de 2017, o governo Mauro Mendes deixou de chamar os vigias. “A partir daí se inicia o desmonte da carreira com intuito de repassar o trabalho para empresas da iniciativa privada, ignorando a escola como um espaço educativo, em que todos que estão inseridos nela devem ser educadores”, completou a secretario de Funcionários do Sintep-MT, Klebis Marciano.