Seduc-MT faz consulta aligeirada sobre interesse de escolas para adotar tempo integral


Sintep-MT defende a proposta, destacando a importância da ampliação de unidades de tempo e educação integral

Publicado: 18/04/2024 17:48 | Última modificação: 18/04/2024 17:48

Escrito por: Roseli Riechelmann

Reprodução

As comunidades escolares de mais de 600 unidades da rede estadual terão até 19 de maio para se posicionar quanto à implementação de escolas em tempo integral nas unidades que hoje funcionam em período parcial, a partir de 2025.

A consulta aligeirada e de pouca divulgação pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) surpreendeu o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), professor Gilmar Soares. O educador tomou conhecimento de um projeto, considerado relevante para a educação pública, pelas redes sociais e sem nenhuma informação prévia da Seduc-MT ou da escola. 

A crítica feita pelo educador recai sobre o que considera descaso do governo do estado a um projeto de tamanha importância para a educação e para os estudantes. “A princípio achei que se tratasse de fake News, pois não vi nenhuma divulgação pública, como acontece nos projetos do governo, como EducaMais, Militarização de Escolas, entrega de kits escolares e outros”, disse.

O professor ressalta a importância do projeto de ampliação da jornada escolar com mais escolas de tempo integral. Acredita que estas seriam um caminho até mesmo para reduzir o índice de adolescentes e jovens sujeitos à violência nas ruas ou cooptados por facções criminosas, conforme já constatado pela segurança pública e divulgado na imprensa. Gilmar acredita que a escola de tempo e educação integral proporcionará formação qualificada e oferece ensino/aprendizagem para mais áreas do conhecimento.

A escola integral de educação integral é uma defesa do Sintep-MT, alinhada ao que defende a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). No entanto, difere muito daquela implantada pelo governo Mauro Mendes, destacam os dirigentes sindicais.

O professor e diretor regional do Sintep-MT, Ricardo Assis, defende a implantação urgente de políticas estaduais que assegurem a escola integral. “Hoje, pelo menos a partir do sexto ano, todos os estudantes deveriam estudar em período integral. Nessa etapa da vida, os adolescentes ganham mais autonomia dos pais e precisam ser direcionados a práticas construtivas, as quais a escola pode oferecer, com aulas de música, dança, teatro, reforço”, destaca.

Para o educador, a educação integral não significa apenas mais tempo na escola como acontece com na rede estadual da regional Oeste I, Baixada Cuiabana, em que os estudantes são liberados após o almoço tendo o período da tarde e noite ocioso”, relata.

A defesa do Sintep-MT é por uma educação integral, com cultura, diversão e arte. Os dirigentes destacam a necessidade de mais investimentos, inclusive com bolsas de estudo para que os estudantes não precisem abandonar os estudos para ajudar as famílias. “A escola integral não pode gerar mais exclusão”, ressalta. Os sindicalistas alertam que o governo faça a transição, contudo respeite também a carreira dos profissionais da educação: cumprindo a jornada, piso salarial e carreira unificada.