Salário dos educadores da rede estadual de MT está 21,52% abaixo do Piso Nacional


Com quatro anos de arrocho salarial trabalhadores da Educação amargam rebaixamento salarial e perdas do poder de compra

Publicado: 07/12/2022 19:05 | Última modificação: 07/12/2022 19:05

Escrito por: Roseli Riechelmann

Sintep-MT

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) tem acompanhado as finanças do estado e, apesar dos mais de R$ 5 bilhões de recurso sobrando no caixa do governo, continua o arrocho salarial da categoria. Apenas com o déficit no Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) em 2022, a perda acumulada é 21,52%, e, para 2023, há uma previsão de recomposição do PSPN de 13 a 15%. 

A luta pelo cumprimento do piso salarial profissional dos trabalhadores da educação da rede estadual foi reafirmada no último Conselho de Representantes do Sintep-MT, que ocorreu em novembro de 2022.  Os 21,52% devido pelo governo de Mato Grosso será cobrado. Para isso, a categoria já planeja intensificar as mobilizações. 

A preocupação dos educadores é acentuar, por mais quatro anos, o arrocho salarial da gestão do governador reeleito Mauro Mendes. Atualmente a perda do poder de compra da categoria compromete a sobrevivência, diante de aumentos dos preços de combustível, alimentação, água, energia, medicamentos, entre outros.

Sintep-MT

Desde 2019, os profissionais da educação estadual sofrem o achatamento salarial e a perda do poder de compra. Estão sem a política da dobra do poder de compra (Lei 510/2013) interrompida em 2019; e, há quatro anos, sem a correção integral da inflação nos salários.
Segundo o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), não tem autonomia para discutir a pauta financeira e se faz de desentendida quanto à cobrança dos profissionais para atualização do piso, hoje R$ 3.854,61. “O governo achatou o piso dos profissionais da educação da rede estadual em 21,52%”, reafirma o dirigente. 

Enquanto isso, os servidores do executivo se revoltam com mais de R$ 11,5 bilhões de isenções e renúncias fiscais. “O estado tem que trabalhar para o equilíbrio. Mas, principalmente para o bem estar da maioria da população. Não é possível tanto recurso para renúncias e isenções fiscais e os servidores da educação serem penalizados sem o direito à atualização do Piso, política de valorização e sem a revisão geral na sua integralidade para recompor o que se perde com a inflação”, destacou Valdeir Pereira.