Reunião do coletivo de funcionários do Sintep-MT aprofunda o debate para solucionar desafios


Com grande participação dos trabalhadores da educação o coletivo trouxe para o debate temas que irão compor o VII Encontro Estadual de Funcionários/as

Publicado: 28/11/2023 11:48 | Última modificação: 28/11/2023 11:48

Escrito por: Sintep-MT

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O Sintep-MT (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso) tem ampla participação no coletivo de funcionários, na terceira reunião de 2023. Realizado no formato híbrido, o encontro simultâneo ao Conselho de Representantes, tratou de questões urgentes entre as quais a realização do VII Encontro Estadual de Funcionários, em abril de 2024.

Educadora há mais de 20 anos, a técnica administrativa escolar na rede municipal de Alta Floresta, Salete Pires, expôs as angústias com o retrocesso e o desmonte da profissão. No município, o desrespeito ao Piso Salarial Profissional Nacional, sem recomposição, sofre ainda com a alteração, por parte da prefeitura, da Lei de Carreira. “Os profissionais da rede estão desmotivados e doentes, são cobrados por resultados quando sequer têm condições mínimas de trabalho”, afirmou.

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Para o secretário de funcionário do Sintep-MT, Klebis Marciano, a realidade dos funcionários de escola ecoa práticas comuns implementadas pelos prefeitos e pelo estado, que acreditam que alcançarão resultados nos índices de qualidade da educação apenas com avaliações.

Em Guarantã do Norte a situação não é diferente. A funcionária da merenda, Genilda Queiroz, está em desvio de função para tratamento de coluna, resultado de 16 anos de trabalho enfrentando o peso das panelas. “É geral no município o afastamento das merendeiras devido a problemas de saúde. Ainda é mais grave a falta de funcionários para substituição, o município não realiza Concurso há mais de oito anos”, relatou.

A falta de mão de obra é uma realidade também na rede estadual. A precarização do trabalho, e o ataque às legislações da carreira, foram intensificados após 2018. No governo Mauro Mendes, manobras promovidas por meio de portarias resultam em número de funcionários insuficiente com aumento de demanda. Roseli Vieira, merendeira na rede estadual em Juína, destaca que além da sobrecarga de trabalho, o governo amplia o quadro de terceirizadas e contratos precários de trabalhadores, sem formação e valorização.

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A funcionária Cristiana Fernandes dos Santos, de Campos de Júlio, destacou a importância do coletivo do Sintep-MT para avançar nas pautas do segmento. Conforme relatou, os trabalhadores da rede estadual estão ansiosos por medidas que assegurem a visibilidade e para isso buscam oportunidade.

O debate do coletivo foi o terceiro depois da retomada das atividades, que foram esvaziadas no pós-pandemia. Momento, inclusive, que se intensificaram os ataques às conquistas dos funcionários de escola, com a suspensão da formação, ampliação dos contratos precários e terceirizações dos profissionais, alterações nas leis de carreira para retirada dos direitos dos funcionários. Na rede estadual registra-se um desmonte ainda mais intenso, a suspensão de AAE/vigilância do processo de atribuições em concurso público e contratos.