Recuperar o protagonismo do MEC e o orçamento na educação são desafios do governo Lula
Professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e doutor em Educação, Gregório Grisa, avalia os principais desafios na área da Educação
Publicado: 09/11/2022 18:01 | Última modificação: 09/11/2022 18:01
Escrito por: CNTE
Herdados da gestão do governo de Jair Bolsonaro (PL), os cortes de verbas nas universidades, evasão escolar, escolas sem merenda, diminuição das matrículas e atrasos na aprendizagem são alguns dos problemas que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai precisar resolver, a partir de 1º de janeiro de 2023.
Para isso, Gregório Grisa, professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e doutor em Educação, avalia que os principais desafios do próximo governo Lula são recuperar o protagonismo do do Ministério da Educação (MEC) e recompor o orçamento de todas as ações da educação que foram retiradas por Bolsonaro.
Desde o primeiro Balanço Geral do Orçamento da União, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) vem denunciando o desfinanciamento da educação. A execução financeira da função educação, entre 2019 e 2021, caiu R$ 8 bilhões em termos reais. O valor autorizado para 2021 foi cerca de R$ 3 bilhões a mais que em 2020, no entanto, a execução financeira foi menor.
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Segundo Gregório, Bolsonaro ignorou a necessidade da área e é por isso que o Brasil vive um dos maiores ataques à educação pública brasileira. No entanto, especialistas veem com otimismo a mudança de governo federal, mas ressaltam que os desafios são enormes para colocar a educação novamente nos trilhos.
“Outro desafio vai ser de recompor o orçamento em praticamente todas as ações, mas urgentemente para merenda escolar, instituições federais de ensino técnico e superior, educação infantil e assistência estudantil no superior. Repor um orçamento digno está entre as muitas prioridades que o próximo governo deve ter. Veja a situação das despesas discricionárias das universidades nos últimos anos. Investimentos próximo de zero para a educação”, ressalta Gregório.
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O professor de artes e secretário de relações internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, avalia que a perspectiva com Lula é boa e que ele espera que tenha de volta os grandes debates sobre educação, construções coletivas e democráticas com valorização dos profissionais, financiamento adequado para uma escola de qualidade e que se cumpram as metas do Plano Nacional