Professores aprovados em seletivo e descartados na atribuição de aulas realizam protesto


Eles exigem transparência na classificação e agilidade na atribuição de professores pela Seduc-MT no início do ano letivo, o qual começou com muitas unidades escolares ainda sem o quadro completo de docentes

Publicado: 15/02/2024 18:57 | Última modificação: 15/02/2024 18:57

Escrito por: Assessoria/Sintep-MT

Wagner Zanan/Sintep-MT
Professores classificados no processo seletivo e ainda não atribuídos protestam pelo direito de trabalhar

Um grupo de professores que estão aguardando atribuição de aulas em regime de contrato temporário realizaram uma manifestação na sede da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, no Centro Político Administrativo, na tarde desta quinta-feira, 15/02.

“Por mais um ano o seletivo se mostra incompetente e falho, não só no discurso da transparência que é feito. Mas este ano extremamente agravado, desde o processo dos editais, da aplicação de provas, (...), e quando passa todo o processo de contagem de pontos, a gente chega agora na humilhação da atribuição. Não há transparência sobre as vagas existentes na rede estadual,  a gente tem conhecimento de várias escolas que estão sem professores de várias disciplinas, (...) enquanto tem vários trabalhadores precisando e necessitando, que passaram e foram classificados no seletivo, sem serem atribuídos”, explicou o professor Edzar Allen, ele mesmo, um dos educadores que aguarda a atribuição de suas aulas.

Munidos de cartazes e palavras de ordem e carro de som, os professores exigiram da Seduc-MT que resolva o quanto antes o atraso na atribuição de aulas que, por um lado, deixa alunos em sala, nas escolas, sem professor e por outro, educadores ainda sem aulas atribuídas e com incertezas quanto sua situação empregatícia.

“Infelizmente nós fizemos o seletivo para aulas de espanhol, que inclusive eram previstas no seletivo, e fomos surpreendidos com a supressão das aulas de espanhol da grade de aulas para este ano. Estamos aqui correndo atrás dos nossos objetivos que é trabalhar. Temos contas a pagar, e sem o salário e sem o emprego fica difícil”, destacou Almir Leite da Silva, professor de Língua Estrangeira – Espanhol.

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O Sintep-MT e as subsedes de Cuiabá e Várzea representados por dirigentes se fizerem presentes em apoio aos professores e professoras que aguardam a atribuição de aulas para, enfim, poderem desempenhar a profissão e assegurar as aulas das disciplinas que os estudantes tanto almejam e que por lei, têm direito.

“Importante frisar que o Sintep-MT participou desse ato em apoio aos trabalhadores e trabalhadoras da educação. Não foi uma manifestação convocada pelo Sintep-MT, não partiu das instâncias deliberativas do sindicato e sim de livre iniciativa destes educadores que questionam o processo seletivo e a transparência na atribuição de aulas feita pela Seduc. E onde existir um trabalhador lutando por seus direitos, é papel do sindicato estar junto, apoiando, e o Sintep jamais se furtará a apoiar a luta do trabalhador, como ocorreu nesta quinta”, informou Henrique Lopes, Secretário de Redes Municipais do Sintep-MT.

“Estamos nesse ato para cobrarmos alguns pontos referentes ao processo de atribuição de aulas. Todos os anos iniciamos o ano letivo com o quadro de professores incompleto. São as escolas sem aulas e colegas em casa, desempregados e desempregadas. Pra complicar ainda mais, esse ano o governo do estado fez uma “parceria público-privada” com o Ensina Brasil, algumas escolas estão recebendo trabalhadores e trabalhadoras desse programa, onde a maioria deles não estão recebendo aulas em sua área de formação o que é grave”, detalhou a professora Marivone Pereira, membro da diretoria do Sintep-MT, Subsede Cuiabá.

“A gente sempre falou para a Secretaria de Educação do Governo, concurso público já! Para deixar de precarizar o processo de atribuição de aulas. O Contrato (temporário) era para ser excessão, em caso de vacância, não para ser a regra. Mato Grosso viola a Lei, viola o direito, viola a legislação. Teria que ter o concurso público para atender a demanda”, finalizou Leliane Borges, vice-presidente do Sintep-MT.

**Atualizada em 16.02 às 09h50