Presidente do Sintep-MT participa do SemiEdu e discute hierarquização das disciplinas e “avaliação”
Presidente do Sintep-MT particupou como palestrante já na abertura do Seminário
Publicado: 29/11/2023 11:01 | Última modificação: 29/11/2023 11:01
Escrito por: Wagner Zanan
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública de Mato Grosso, o Sintep-MT, Professor Valdeir Pereira, participou já no primeiro dia do SemiEdu 2023 – A Educação e seus atuais labirinto: Qual Educação? Com e para Quem? Com Qual Escola?, o Seminário de Educação realizado anualmente pela UFMT, através do IE – Instituto de Educação e que, historicamente traz ricas discussões sobre os assuntos que afetam a Educação em suas mais variadas nuances e que ocorre do dia 27 ao dia 30 de novembro.
Como um dos primeiros palestrantes do dia, o sindicalista destacou que duas coisas preocupam a categoria atualmente, além é claro, de condições de trabalho, salário e carreira. Para ele, a hierarquização de disci0plinas alija a vocação de verdadeiramente ensinar, que a escola deveria ter.
“Temos língua portuguesa e matemática, como disciplinas mais importantes, dentro dessa hierarquia. Veja, são as disciplinas fundamentais para a letração. Necessárias para o aprendizados dos demais conhecimentos. Mas, depois que o estudante aprende a ler, escrever e contar, qual a lógica de mantê-las em situação privilegiada em relação às demais? Isso, reduz o acesso dos estudantes ao conhecimento, ao universo de conhecimento que as escolas têm a disposição, das ciências, da geografia, história, física, química, sociologia, filosofia, enfim, das demais áreas do conhecimento humano? questiona o educador.”
Atreladas a esta hierarquização podadora do conhecimento e do produzir conhecimento nas escolas estão as “avaliações de aprendizagem”, explicou na sequência. “Esta avaliação de aprendizagem levam em consideração o quê? Língua Portuguesa e Matemática. Entende? São só duas disciplinas, e não a totalidade do que se ensina nas escolas. E mandam avaliadores externos, alheios e desconhecidos da comunidade escolar, dos alunos. Formando uma condição que não avalia profundamente a qualidade da educação e dos conhecimentos repassados em sala de aula. É mais para ‘elevar a nota daquele município, daquele estado’, do que para se encontrar pontos a serem trabalhados na melhora sistema e do processo de ensinar”.
Valdeir citou o pesquisador do INEP, o professor João Luiz Horta, que defende uma nova metodologia de avaliação da qualidade escolar e dos conhecimentos ensinados em cada uma das unidade escolares. Para o pesquisador, a avaliação deve observar os diversos aspectos do processo ensino-aprendizagem, nas esferas, do ensino e aprendizagem mesmo, mas também as condições técnicas e materiais (qualidade das escolas, material didático, por exemplo), o ambiente escolar, remuneração e carreira dos professores, formação continuada, enfim, todos os aspectos que influenciam no resultado final do trabalho educacional.