Prefeitura de Alta Floresta, finalmente, inocenta diretora por curto-circuito em escola municipal


Processo de sindicância contra a gestora Cléia Rodrigues Gottert foi concluido em agosto de 2023. Parecer de comissão confirma inocência da educadora, quase um ano após a ocorrência do incidente ocorrido na escola municipal, que finalizava a reforma

Publicado: 15/01/2024 15:29 | Última modificação: 15/01/2024 15:29

Escrito por: Roseli Riechelmann

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Prefeitura de Alta Floresta

A professora Cléia Rodrigues Gottert é inocentada da responsabilidade pelo incêndio causado na Escola Municipal Laura Vicuna, em Alta Floresta (800 km de Cuiabá), em fevereiro de 2023. A divulgação foi feita pela prefeitura, em 10 de janeiro de 2024, cinco meses após a conclusão do processo de sindicância (004/2023), emitido por comissão designada, em agosto 2023.
A então diretora da unidade Laura Vicuna sofreu onze meses de penalidade pública, tendo inclusive os direitos profissionais suspensos, sem o direito de se inscrever para o seletivo de gestão, para o biênio 2024/2025, pelo descaso da administração pública municipal.

Durante todo o período de sindicância a educadora contou com a defesa realizada pela assessoria jurídica do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), em conjunto com a subsede do Sintep/Alta Floresta. O arquivamento do processo, realizado pela prefeitura, apenas em 2024, contatou e comprovou a inocência da então diretora Cléia Rodrigues. 

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Professora Cléia Gottert apresenta parecer da prefeitura que constata inocência em processo de sindicância  

“Foram onze meses de sofrimento e muitos danos, inclusive psicológicos e profissionais, revela Cléia Rodrigues Gottert. Conforme ela, apesar de ter passado por acompanhamento de terapeuta para vencer toda a pressão e desgaste impostos pela acusação infundada, os danos sofridos não serão revertidos, nem mesmo os profissionais.

Desde as primeiras informações sobre a ocorrência na escola municipal Laura Vicuna, em fevereiro de 2023, a gestão municipal impôs uma culpabilidade à diretora, num total descaso aos fatos. O prédio da unidade foi reinaugurado às pressas pela secretaria municipal de educação, em 4 de fevereiro de 2023, após quase dois anos em reforma. Uma semana depois das atividades escolares reiniciadas, dia 13 de fevereiro, sofreu um curto circuito seguido de princípio de incêndio.

Em nota emitida pelo Sintep-MT, na ocasião do ocorrido, foi evidenciado que a unidade retomou as aulas por decisão da administração, mesmo sem que as equipes de engenharia e fiscais de contrato da obra emitissem Relatório de Conclusão parcial, sendo que a rede elétrica, dentre outras partes não estavam prontas.


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Apesar de todas as medidas adotadas pela gestora da unidade, inclusive se opondo a retomada das atividades no prédio com a obra inacabada, na EM Laura Vicuna, a prefeitura preferiu culpabilizar a diretora. 

Para a presidente da subsede do Sintep/Alta Floresta, Ilmarli Texeira, passados quase um ano do incidente a nuvem de fumaça criada, com a responsabilização da professora sobre o incidente na escola, não desvendou os reais culpados. Contudo, ainda continua penalizando a educadora, que sofre com danos morais, afetivos, psicológicos, emocionais e profissionais, da acusação feita.